
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente (PT): será investigado em seis procedimentos no STF e na Justiça Federal do Paraná (Jefferson Coppola/VEJA)
Com os presidentes da República, a relação da
Odebrecht tinha uma natureza especial – era a partir da
proximidade com eles, afinal, que os negócios se desenvolviam com maior ou menor
grau de sucesso. Não por acaso, seis dos presidentes do Brasil desde a
redemocratização foram lembrados nos depoimentos prestados na delação do fim do
mundo. Uns mais, outros menos. O caso de Lula é, sem dúvida, o
mais constrangedor. Se os executivos da Odebrecht contaram a verdade, o petista
foi capturado pela empreiteira. Se o que Marcelo Odebrecht
disse for confirmado, Lula pode vir a ostentar o título de presidente
mais corrupto da história – um mandatário que se submetia ao papel de
marionete nas mãos de empresários e, em contrapartida, se locupletava do poder
com dinheiro oriundo de esquemas de corrupção.
O Lula que emerge das delações é um político pequeno, que não
hesita em receber favores e presentes de empresários, inescrupuloso e capaz de
ações ousadas quando o problema envolve poder e dinheiro. As
seis petições contra Lula enviadas pelo ministro Edson Fachin à primeira
instância (leia-se juiz Sergio Moro) encorpam uma ficha extensa: Lula é réu em
cinco processos, acusado de ter praticado os crimes de lavagem de dinheiro (211
vezes), corrupção passiva (dezessete vezes) e tráfico de influência (quatro
vezes), além de organização criminosa e obstrução da Justiça. No próximo 3 de
maio, Lula vai prestar depoimento a Moro, no primeiro encontro frente a frente
entre os dois. A prisão preventiva é um risco cada vez mais real. Caso ela
ocorra, o ex-presidente e o PT já têm um plano para transformar a eventual
prisão em um espetacular ato político destinado a incendiar a
militância.
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