“A homofobia é um problema de todos nós!”, bradou o Jean Wyllys
Complementando o ciclo de reflexões acerca da
sexualidade e da questão de gênero, o MASP promoveu uma série de debates com
pesquisadores e personalidades do debate público abertos nessa sexta-feira
(26). Com figuras internacionais e nacionais, o último e mais aguardado ato do
dia sobre homofobia teve como convidado o deputado Jean Wyllys . Partindo de
uma reflexão histórica ácida sobre religião, logo seu discurso ganhou tom
político e o parlamentar criticou abertamente agentes do jogo do poder
nacional.
Corpos, desejo e prostituição
Pesquisadores
de diferentes campos ligados à cultura foram recrutados pelo MASP para abordar
temas polêmicos que revolvem ao redor da sexualidade. Ivo Mesquita abriu o
seminário do museu falando sobre como as artes revelam discretamente os anseios
e desejos sexuais das pessoas, enquanto que o curador Xabier Arakistain exaltou
as políticas de igualdade de gênero nas instituições de arte espanholas.
Entrando
no universo da identidade de gênero e do queer, Francesco Ventrella da Universidade
de Sussex retomou os caminhos históricos dessa performance através da análise
de figuras femininas importantes como Vernon Lee. Em uma comparação ousada e
controversa, Julia Bryan-Wilson fez paralelos entre artistas e prostitutas. Por
último, Richard Miskolci estuda a homossexualidade masculina e sua relação com
aplicativos de relacionamento.
Homofobia e política
“A
homofobia é um problema de todos nós!”, bradou o Jean Wyllys durante sua
conferência. Com um discurso marcante e carregado de menções à sua visão como
peça chave no debate púbico, o parlamentar foi firme em suas críticas sociais e
ao modelo atual da política que está em decadência. Seguindo uma lógica que
afronta diretamente pilares das religiões dominantes, Willys afirma que foram elas
as grandes responsáveis pelo estigma acerca dos homossexuais.
Com
uma fala ousada, o parlamentar fez várias menções à degradação moral de outros
políticos citando, por exemplo, escândalos com drogas. “Bandido bom é bandido
engravatado” diz com uma ácida ironia. Incorporando sua faceta como deputado em
todo seu discurso, Jean Wyllys afirmou ser odiado no cenário nacional e
afrontando outros nomes como Jair Bolsonaro e João Dória conclamou “o que nós
queremos não é pouco, mas a gente não pode desistir dessa luta” e, em meio a
calorosos aplausos da plateia, o deputado finalizou com um “diretas já!”,
causando ainda mais alvoroço no público presente.
Fonte: iG
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