O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
pediu autorização e celeridade ao ministro Edson Fachin,
do Supremo Tribunal Federal (STF), para colher o depoimento do presidente
da República, Michel Temer (PMDB), do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e do deputado
federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) no curso do inquérito aberto contra os
três com base na delação da JBS. Janot
afirma que, por haver investigados presos — Andrea Neves e Frederico Pacheco de
Medeiros, irmã e primo de Aécio, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor do
senador Zezé Perrella (PMDB-MG) —, o prazo para a conclusão da investigação por
parte da Polícia Federal e da própria apresentação da denúncia pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) deve ser mais curto.
Pelos
cálculos do procurador, o inquérito deve ser concluído em dez dias e a
denúncia, apresentada em cinco. Em relação ao depoimento de Temer, o
procurador-geral disse no pedido enviado a Fachin que a oitiva deve
acontecer “nos moldes a serem definidos por Vossa Excelência”. No
texto, Janot ainda afirma que o presidente fez uma “confissão espontânea”
durante os pronunciamentos oficiais feitos após o escândalo vir à tona. “Ocorre
que, em que pese Michel Temer alegar ilicitude da gravação e questionar a
integridade técnica desta, cumpre ressaltar que, em pronunciamentos recentes, o
presidente da República não negou o encontro nem diálogo noturno e secreto com
o colaborador Joesley Batista, tampouco nega que o colaborador tenha lhe
confessado fatos criminosos graves, o que demandaria, no mínimo, comunicação de
tais crimes às autoridades competentes”, escreveu o procurador.
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