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sexta-feira, 30 de junho de 2017

IGP-M EM 12 MESES DEVE TER DEFLAÇÃO ATÉ SETEMBRO, ESPERA FGV

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A deflação em 12 meses do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), alcançada pela primeira vez em junho após mais de sete anos, deve se manter até ao menos setembro, segundo o superintendente adjunto para Inflação do IBRE/FGV, Salomão Quadros. Depois disso, ele avalia que as taxas mensais deste ano vão se sobrepor às de 2016 e, por isso, o IGP-M deve fechar o ano em alta, mas bem próxima de zero. O indicador caiu 0,67% em junho, após recuar 0,93% em maio, e acumulou queda em 12 meses de 0,78%, taxa mais baixa desde dezembro de 2009 (-1,72%). No acumulado em 12 meses, o IGP-M não ficava negativo desde janeiro de 2010 (-0,67%). “Acumular deflação em 12 meses é uma raridade. O principal motivo para o recuo atual do indicador em 12 meses é a safra agrícola recorde, que expandiu muito a oferta de alimentos, mas há claro também um efeito da recessão”, explica Quadros.
Ele esperava uma taxa mensal mais alta para o indicador em junho, sinalizando uma saída mais rápida da deflação, que já se repete há 3 meses. Mas, segundo ele, os problemas envolvendo a carne brasileira provocaram excesso de oferta, o que provocou a queda dos preços no atacado. Em maio, o boi gordo teve alta 0,33% e caiu 3,01% no IGP-M de junho. Outro fator que ajudou a manter o IGP-M no terreno negativo neste mês foi o alívio no preço da soja, que está volátil neste período que antecede o início da colheita nos Estados Unidos.
Para julho, Quadros ainda espera uma taxa negativa mensal do IGP-M, mas diz que deve ser mais residual, especialmente pela influência da aceleração de preços do minério de ferro (-18,20% para -11,19%) que deve sair da deflação no curto prazo. “Precisaria ter muita aceleração de preços no IPA no mês que vem para o IGP-M deixar a deflação”, diz, lembrando que os preços da carne devem seguir baixos como repercussão de problemas recentes, como a suspensão da importação dos Estados Unidos.
O especialista também não demonstra grande preocupação com os preços do feijão. No atacado, o produto teve elevação de 42,13% em junho na comparação com 3,87% em maio, enquanto no varejo o feijão carioca já sobe 22,37%, de deflação de 3,90% no mês anterior. Segundo ele, essa alta de preços é mais uma precaução diante do receio do mercado com a interferência de problemas climáticos na safrinha. “Mas não há nenhuma confirmação ainda de perda de produção. Isso é mais um fator de proteção, mas acho que, em breve, o feijão deve devolver parte desse aumento”, explica.

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