
Segundo o Planalto, o presidente fez menção genérica a estudos da área econômica sobre aumento da alíquota de IR (Alan Santos/PR)
Após críticas, o governo recuou na possibilidade de
encaminhar uma proposta de aumento das alíquotas de Imposto de Renda para as
pessoas que ganham mais. Em nota, o Planalto informou que o governo não vai
apresentar proposta ao Congresso para
uma elevação do Imposto de Renda. O comunicado foi divulgado depois de o
presidente Michel Temer ter admitido
nesta manhã a existência de estudos neste sentido. À tarde, o presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que se dependesse dos deputados, a medida
não seria aprovada. “O presidente Michel Temer fez hoje menção
genérica a estudos da área econômica, que são permanentemente feitos.
Esclarecemos que hoje esses estudos estão focados prioritariamente em reduzir
despesas e cortar gastos, na tentativa obstinada de evitar o aumento da carga
tributária brasileira”, afirmou o Planalto.
O ministro
da Fazenda, Henrique Meirelles, também admitiu a existência de estudos
sobre aumento das alíquotas de IR, mas disse que eles só seriam implementados
em último caso. Segundo ele, o governo tem até o próximo dia 31 para avaliar o
que vai fazer para conseguir mais recursos e fechar o orçamento de 2018. “De fato
existem no âmbito técnico do governo estudos diversos sobre impostos, inclusive
o imposto de renda”, disse o ministro. “Aumento de imposto só em último caso.” Além de
avaliar a alta do IR, Meirelles disse que há outras medidas em análise,
incluindo corte de gastos públicos.
Críticas
O
presidente da Fiesp, Paulo Skaf, criticou a possibilidade de aumento de
impostos. “Está muito claro que a sociedade não aceita e não vai aceitar
aumento de impostos.” Em nota,
a CUT defende que a tabela de IR seja atualizada pela inflação. “Mas
Temer não atualizou a tabela em 2017 nem mexeu na faixa de isenção, o que vem
penalizando os trabalhadores com menores salários”, afirma o presidente da
central, Vagner Freitas.
O
Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco
Nacional) diz que qualquer elevação das alíquotas de IR vai explodir no colo do
assalariado. “Importante deixar claro, porque verdadeiro, é que quem pode foge
dessa tributação, ao tornar-se pessoa jurídica – que paga menos impostos e é
isenta de taxação na distribuição de lucros a pessoas físicas”, afirma a
entidade em nota.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)
Nenhum comentário:
Postar um comentário