
Rita das Mercês, a "Ritinha", em visita a Robinson Faria na Governadoria em 2015 antes da Dama de Espadas (Foto: Arquivo)
O depoimento serviu para o ministro Raul Araújo Júnior, do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizar a Operação Anteros no dia de
hoje, que levou para a prisão Magaly Cristina da Silva e Adelson Freitas dos
Reis. Ambos foram flagrados pela Polícia Federal, a partir, inclusive, de ações
controladas, negociando em nome do governador, o silêncio de Rita das Mercês.
As informações constam
na decisão do ministro do STJ e à qual a reportagem teve acesso. Toda a
investigação tramita sob sigilo. Em nota, a defesa do
governador Robinson Faria negou (veja AQUI) que ele tenha praticado qualquer
irregularidade durante o período em que foi deputado estadual e presidente do
Legislativo.
O
caso
Há pouco mais de dois
meses, Rita das Mercês Reinaldo, “Ritinha”, procurou o MPF para narrar que,
quando assumiu a presidência do Legislativo, em 2006, Robinson passou a
controlar a folha de pessoal e incluir “pessoas que não exerciam quaisquer
funções nesse poder, com o único objetivo de desviar recursos públicos oriundos
de suas remunerações em favor do Presidente e de outras pessoas”, diz trecho da
decisão.
Segundo Rita narrou,
eram três as modalidades de desvios: através de servidores irregulares que
recebiam gratificações, já que não havia mais cargos disponíveis na ALRN e
arregimentação de pessoas que passaram a ser incluídas na folha, mesmo sem
cargo ou função designada, além de um esquema envolvendo servidores e que já
foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPRN) – Veja AQUI. “[Rita das
Mercês]Informou, outrossim, que Robinson Faria embolsava com o desvio das
verbas públicas em tela cerca de R$ 100 mil mensais, situação que perdurou até
o fnal de seu mandato na Presidência da ALRN, em dezembro de 2010”, diz trecho
da decisão.
Obstrução
Ao Ministério Público
Federal, Rita levou gravação de conversa com Adelson Freitas dos Reis, homem de
confiança do governador. Na conversa, Adelson informava que o governador “teria
mandado dizer que arcaria com os custos de sua defesa no processo [da Dama de
Espadas]”, diz a decisão. Adelson está preso provisoriamente por suspeita de
obstrução de justiça e associação criminosa.
A partir daí, o MPF
pediu quebras de sigilos e a PF passou a monitorar o caso. Adelson foi apanhado
posteriomente na casa de Rita entregando-lhe dinheiro. Já Magaly Cristina tem
relação com o governador desde 1987. Ela foi uma das pessoas de confiança
durante a gestão de Robinson na AL. Segundo as
investigações, ela foi apanhada tentando colaborar com a obstrução através de um
contato com a filha de Rita das Mercês.
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