Walter, Fábio, Jácome, Zenaide, Beto, Rafael, Felipe e Rogério foram eleitos na disputa estadual de 2014 (Fotos: arquivo)
Os grandes partidos brasileiros e outros de menor dimensão
têm uma prioridade em 2018. Esse foco é a ampliação das bancadas federais. Disputa a governos estaduais chega a ter interesse
subalterno. A questão tem relação com a Reforma Política aprovada pelo
Congresso Nacional, já sancionada pelo presidente Michel Temer (PMDB). Em
face dessa nova realidade, a luta por vagas à Câmara Federal no próximo ano pode
ter outra dinâmica, inclusive no RN. Podemos ter surpresas.
Os partidos têm que atingir a chamada “Cláusula de
desempenho”. Com a mudança, as legendas trabalham para no mínimo terem direito
ao tempo de propaganda e acesso ao fundo partidário. Terão que alcançar pelo menos 1,5% dos votos válidos,
distribuídos em, no mínimo, nove estados, com ao menos 1% dos votos em cada um
deles. Como alternativa, as siglas precisarão eleger ao menos nove
deputados, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da Federação. As exigências aumentarão de forma gradativa até 2030.
“Clube fechado”
O Rio Grande do Norte tem oito vagas à Câmara Federal, que
normalmente sofrem pouquíssimas alterações de uma eleição para outra. Os
próprios detentores desses mandatos, partidos e lideranças políticas costumam
agir suprapartidariamente na luta à preservação do “clube fechado” que
formam – verdadeiro “chapão”. Em relação a 2018, essas novidades tendem a surgir,
suprimindo reeleições tidas como “certas” ou substituições “garantidas”. Atualmente, os deputados federais do RN são Fábio Faria
(PSD), Rogério Marinho (PSDB), Zenaide Maia (PR), Beto Rosado (PP), Walter
Alves (PMDB), Felipe Maia (DEM), Antônio Jácome (Podemos) e Rafael Motta (PSB).
Deputados Federais do RN – Votação em 2014
Walter Alves (PMDB) – 12,09% (191.064) – Primeira eleição;
Rafael Motta (PROS) – 11,15% (176.239) – Primeira eleição;
Fábio Faria (PSD) – 10,53% (166.427) – Reeleição;
Zenaide Maia (PR) – 8,51% (134.588) – Primeira eleição;
Felipe Maia (DEM) – 7,19% (113.722) – Reeleição;
Rogério Marinho (PSDB) – 5,16% (81.534) – Retorno após insucesso anterior;
Antônio Jácome (PMN) – 4,53% (71.555) – Primeira eleição;
Betinho Segundo (PP) – 4,08% (64.445) – Primeira eleição;
Votos apurados – 1.935.105
Votos válidos – 81,69% (1.580.871)
Brancos – 8,53% (165.088)
Nulos – 9,77% (189.146)
Abstenção – 16,83% (391.478)
Quociente eleitoral – 197.608
- O primeiro suplente da Coligação União pela Mudança (do
candidato ao governo Henrique Alves-PMDB) é Abraão Lincoln (PRB), que obteve
4,01% (63.371 votos). Segundo suplente é Sandra Rosado (PSB), que empalmou
3,26% dos votos válidos, ou seja, 51.612.
- O primeiro suplente da Coligação Liderados pelo Povo (de
Robinson Faria-PSD, candidato eleito ao governo) é Adriano Gadelha (PT), que
alcançou 2,20% (34.727 votos). Já o segundo é Hugo Manso (PT), com 1,63%,
representando 25.767 votos.
Desses, apenas Zenaide não deverá concorrer à reeleição. O
plano político do seu grupo é o retorno à disputa do seu irmão e ex-deputado
federal João Maia (PR). Há rumores de que Fábio Faria não tente também a reeleição.
Abriria o caminho para o próprio pai – governador Robinson Faria (PSD) – que se
fastaria do cargo de governador. Mas o parlamentar já negou essa hipótese com
veemência.
Caras novas
Nas eleições de 2014 (veja boxe acima com resultado dos
eleitos), seis deputados potiguares não retornaram à Câmara Federal. Um
recorde, mas por variados motivos. Os mossoroenses e primos Betinho Rosado (PP) e Sandra Rosado
(PSB): o primeiro, por ter sido impedido em face de aparecer em lista como
“ficha suja”, colocando o filho Betinho Segundo (que adotou o nome parlamentar
de “Beto”) como substituto. Sandra não empalmou votos suficientes.
João Maia foi candidato a vice-governador na chapa
encabeçada por Henrique Alves (PMDB): ambos perderam o pleito. A deputada Fátima Bezerra (PT) foi candidata eleita ao
Senado e o apresentador de TV Paulo Wagner (PV) desistiu da postulação, apesar
de ter feito seu registro. Reelegeram-se Felipe Maia e Fábio Faria.
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