Raquel Landim – Folha de S.Paulo/VIA ANNA RUTH DANTAS
A
Odebrecht Engenharia & Construção (OEC) informou aos seus credores que não
vai pagar uma parcela de R$ 500 milhões de títulos de dívida emitidos no
exterior que vence nesta quarta-feira (25). A
companhia pretende utilizar parte do período de cura de 30 dias para
finalizar a negociação de um novo empréstimo com os principais bancos
brasileiros, o que permitiria efetuar o pagamento.
Caso
isso não ocorra, a OEC entrará oficialmente em default e ficará suscetível
a solicitações de antecipação de todas as suas dívidas, o que poderia levar a
empresa à recuperação judicial. Nos
últimos meses, a Odebrecht S.A, holding que controla as diversas empresas do
grupo, vem negociando um novo empréstimo de R$ 2,2 bilhões
a R$ 2,5 bilhões com os bancos. O
objetivo é aplicar parte desse dinheiro na construtora —não só para pagar a
dívida vencida, mas também para capitalizar a empresa. Outra fatia seria
utilizada para quitar outros débitos do grupo.
Segundo
pessoas que acompanham o assunto de perto, as negociações estão bastante
complicadas. Apenas Itaú e Bradesco toparam conceder o empréstimo, mas exigem
preferência na hora de receber caso precisem acionar as garantias, que são as
ações que a Odebrecht possuem na petroquímica Braskem. Hoje
os primeiros da fila são Banco do Brasil e BNDES, que resistem a abrir mão
desse direito. Os dois bancos públicos também não concordaram em entrar no novo
empréstimo para a Odebrecht. A
Odebrecht enfrenta uma grave crise desde que
a Operação Lava Jatorevelou seu esquema de
pagamento de propina a políticos para obter obras públicas em vários países da
América Latina. Por
conta do escândalo, a construtora vem tendo dificuldades em conseguir novas
obras, o que comprometeu o seu fluxo de caixa e dificultou o pagamento das suas
dívidas.
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