A Segunda
Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar, no dia 19 de
junho, a ação penal da Lava Jato contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR)
e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. No processo, ambos
são réus pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Trata-se
da segunda ação penal da Lava Jato que chega a julgamento final no
Supremo, após mais de quatro anos desde o início da operação. A primeira foi a
do deputado Nelson Meurer (PP-PR), que foi condenado no
mês passado a 13 anos e noves meses de prisão em regime fechado, também por
corrupção e lavagem de dinheiro.
Em novembro
do ano passado, ao apresentar as alegações finais no caso, a procuradora-geral
da República, Raquel Dodge, pediu a condenação da senadora e de Paulo Bernardo.
No processo, os dois são acusados de receber R$ 1 milhão para a campanha da
senadora, em 2010. O empresário Ernesto Klueger, que teria transportado
dinheiro vivo, também é réu. Na
manifestação, última fase do processo antes da sentença, Dodge pede que Gleisi
e Paulo Bernardo também sejam condenados ao pagamento de R$ 4 milhões de
indenização aos cofres públicos, valor quatro vezes maior do que o montante que
teria sido desviado da Petrobras.
De acordo com
depoimentos de delatores na Operação Lava Jato, o valor da suposta propina paga
a Gleisi e Paulo Bernardo é oriundo de recursos desviados de contratos da
Petrobras. O casal foi citado nas delações do doleiro Alberto Youssef.
Defesa
Em nota, a
senadora disse ter recebido “com serenidade a notícia de que
a SegundaTurma do Supremo Tribunal Federal deve julgar, na
próxima terça-feira (19), a ação penal em que fui injustamente denunciada,
sem qualquer prova ou indício de crime”.
Em documento
encaminhado ao Supremo durante a fase de defesa, os advogados do casal
afirmaram que as acusações são “meras conjecturas feitas às pressas” em função
de acordos de delação premiada. “A requerida
[senadora] jamais praticou qualquer ato que pudesse ser caracterizado como
ilícito, especialmente no bojo do pleito eleitoral ao Senado no ano de 2010, na
medida em que todas as suas contas de campanha foram declaradas e integralmente
aprovadas pela Justiça Eleitoral”, afirmou a defesa, na ocasião.
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