Um em cada cinco estudantes
matriculados no ensino superior estuda a distância, de acordo com o Censo da
Educação Superior divulgado hoje (20) pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Enquanto o ensino presencial
apresentou queda nas matrículas, a educação a distância (EaD) registrou o maior
salto desde 2008.
Segundo os dados do censo,
as matrículas em EaD cresceram 17,6% de 2016 para 2017. Os estudantes de
educação a distância (EaD) chegaram a quase 1,8 milhão em 2017 – o equivalente
a 21,2% do total de matrículas em todo o ensino superior. O número de cursos no país
também aumentou, de 2016 para 2017, passou de 1.662 para 2.108, o que
representa aumento de 26,8% – maior crescimento desde 2009, quando o país
passou dos 647 cursos registrados até 2008 para 844 cursos.
No total, o ensino superior
tem cerca de 8,3 milhões de estudantes em cursos de graduação. Desses, 6,5
milhões estão matriculados em cursos presenciais. Ao contrário do que ocorreu
nos cursos de EaD, o número de estudantes nos presenciais caiu 0,4% de 2016
para 2017. A maior parte dos
estudantes está matriculada em instituições de ensino privadas, com 75,3% das
matrículas. Quando se trata apenas de EaD, essa porcentagem aumenta, as
instituições particulares de ensino superior respondem por 90,6% dos
estudantes.
Novos alunos
Dos 3,2 milhões de novos
alunos registrados no ensino superior em 2017, a maioria (2,1 milhões) optou
pelo ensino presencial – aumento de 0,5% em relação a 2016. A procura por
cursos a distância cresceu mais. Os ingressantes passaram de 843 mil em 2016 para
cerca de 1,1 milhão em 2017 – aumento de 27,3%.
Formação de professores
O percentual de professores
formados em cursos EaD aumentou em 2017. Segundo os dados do Censo, em 2016,
cerca de 42,1% das matrículas em licenciaturas eram a distância. Esse percentual
passou para 46,8% em 2017. Ao todo, as licenciaturas representam 19,3% das
matrículas no ensino superior. Em relação à formação dos
professores que atuam nos cursos EaD, segundo o censo, eles são, em grande
parte, mestres.
Enquanto na educação presencial, os professores com doutorado
representam 51,1% do total, na EaD, eles representam 41,8%; outros 46,5% têm a
formação até o mestrado. A educação a distância tem
conquistado também os cursos tecnológicos, com 46% do total das matrículas.
Esses cursos, que podem durar dois ou três anos, são geralmente mais curtos que
os bacharelados e mais voltados para a inserção no mercado de trabalho e
representam 12,1% do total de matrículas no ensino superior.
Ministério da Educação
Para o ministro da
Educação, Rossieli Soares, o crescimento das matrículas é importante, mesmo que
em 2017 tenha se dado na modalidade a distância. “EaD ou presencial, ambas
modalidades são possíveis e são importantes, considerando a realidade, a forma
de acesso. Mas é importante também que trabalhe sempre dentro de uma
perspectiva de qualidade seja ela presencial ou a distância, observada a
regulação”, disse hoje, em coletiva de imprensa. O ministro destacou a
necessidade da ampliação do ensino superior, uma vez que o país tem 8,9 milhões
de jovens de 18 a 24 anos que terminaram o ensino médio e não estão estudando.
“Não estão cursando um curso superior, seja ele tecnológico, seja licenciatura
ou bacharelado.
Nós precisamos avançar em acesso.” Em relação ao aumento
também de licenciaturas EaD, Soares diz que as matrículas nem sempre se tratam
de uma primeira formação. “EaD é, às vezes, a forma com que o professor que já
está na sala de aula pode ter uma complementação pedagógica. Temos uma série de
ofertas como a Universidade Aberta do Brasil, mantida pelo MEC e pela Capes,
que traz a possibilidade de segunda licenciatura e atende regiões que, muitas
vezes, não conseguiria ter condições de ter uma turma presencial.”
Fonte: Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil
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