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O vice-governador
de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), os ex-executivos da JBS Joesley Batista
e Ricardo Saud e mais sete foram presos nesta sexta-feira (9) em uma operação
que investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante
o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
Nove pessoas ainda
são procuradas. Além disso, a PF cumpre 63 mandados de busca e apreensão no
Distrito Federal e em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato
Grosso.
A PF fez buscas no
gabinete do vice-governador de MG. Ele foi preso em uma fazenda em Vazante, no
Noroeste de Minas Gerais. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional
Federal da 1ª Região. Batizada de Capitu,
a operação é um desdobramento da Lava Jato e feita em conjunto com a Receita
Federal. A operação é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como
operador do MDB.
Segundo as
investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério
da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS,
que pertencem aos irmãos Joesley e Wesley Batista, em troca de medidas para
beneficiar as empresas do grupo.
Ainda de acordo com
as investigações, empresas doavam dinheiro para políticos e partidos. Duas
grandes redes varejistas de Minas Gerais atuavam no esquema, por meio de seus
controladores e diretores.
O esquema
De acordo com as
investigações, Antonio Andrade teria beneficiado a JBS com decretos quando era
ministro da Agricultura, no governo Dilma. Ele teria
determinado a regulamentação da exportação de despojos, a proibição do uso da
ivermectina de longa duração – droga antiparasita – e a federalização das
inspeções de frigoríficos.
O Grupo JBS teria
pagado R$ 2 milhões pela regulamentação da exportação de despojos e R$ 5
milhões na proibição de ivermectina de longa duração. Se indiciados, os
envolvidos vão responder pelos crimes de constituição, participação em
organização criminosa, obstrução de Justiça, corrupção ativa e passiva e
lavagem de dinheiro.
Antonio Andrade
Antônio Andrade
nasceu em 1953 em Patos de Minas, mas foi criado em Vazante, no Noroeste
mineiro, onde iniciou-se na política. Filiou-se ao PMDB em 1987 e, no ano
seguinte, foi eleito prefeito de Vazante. Em 1994 conquistou
uma cadeira na Assembleia Legislativa, onde permaneceu por 12 anos. Em 2001 e
2002 foi líder do governo Itamar Franco na Assembleia.
Em 2006, foi eleito
deputado federal, sendo reeleito em 2010. Em 2009 assumiu a presidência da
Executiva Estadual do PMDB. Representou Minas
na equipe da presidente Dilma Rousseff (PT), tendo sido escolhido em 2013 para
dirigir o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cargo que ocupou
até março de 2014.
É engenheiro civil,
graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pecuarista.
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Joesley Batista
O nome de Joesley
começou a aparecer com mais força no noticiário da Lava Jato em maio de 2017,
quando chegou ao conhecimento do público uma conversa que ele gravou com o presidente Michel Temer no Palácio
do Jaburu.
Joesley visitou
Temer na residência oficial em março daquele ano e gravou o presidente em
segredo. No áudio, o empresário sugere que tem feito pagamentos para comprar o
silêncio do deputado cassado e preso, Eduardo Cunha. Nesse momento, Temer respondeu: “Tem que manter isso aí, viu...”
O caso deflagrou a
maior crise política do governo Temer e gerou duas denúncias contra o
presidente, apresentadas pela Procuradoria-Geral da República. Ambas foram
barradas na Câmara. Joesley, seu irmão
Wesley Batista, e o executivo Ricardo Saud fecharam acordo de delação premiada
com o Ministério Público Federal, no qual se comprometiam a prestar
Informações sobre
irregularidades das quais participaram em troca do abrandamento de possíveis
penas. No entanto, em
setembro de 2017, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
anunciou a rescisão do acordo de Joesley e Saud. De acordo com
Janot, os dois executivos se recusaram a prestar informações, além de terem,
após a assinatura do acordo, sonegado, adulterado, destruído ou suprimido
provas. Joesley e Saud
foram presos dias depois. Em fevereiro deste
ano, a Procuradoria-Geral da República anunciou a rescisão da delação de Wesley, também por descumprimento dos
termos do acordo.
O que diz a defesa de Joesley
André Callegari,
advogado de defesa de Joesley, mandou a seguinte nota: "Joesley Batista é
colaborador da Justiça e tem cumprido à risca essa função. Portanto, causa
estranheza o pedido de sua prisão no bojo de um inquérito em que ele já prestou
mais de um depoimento na qualidade de colaborador e entregou inúmeros
documentos de corroboração. A prisão é temporária e ele vai prestar todos os
esclarecimentos necessários. "
A operação
Batizada de Capitu,
a operação é um desdobramento da Lava Jato e feita em conjunto
com a Receita Federal. A operação é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro,
apontado como operador do MDB.
De acordo com as
investigações, empresas doavam dinheiro irregularmente para políticos e
partidos. Segundo as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina
dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que
recebiam dinheiro da JBS, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Em
troca, empresas do grupo eram beneficiadas.
Duas grandes redes
varejistas de Minas Gerais atuavam no esquema, por meio de seus controladores e
diretores. As redes varejistas se aproveitavam do grande fluxo de caixa para
lavar o dinheiro que era doado a partidos e políticos. O esquema operou entre
agosto de 2014 e fevereiro de 2015.
*VEJA A LISTA DE PRESOS
·
Antonio Andrade, vice-governador de Minas e ministro da Agricultura de
março a dezembro de 2014
·
Joesley Batista, dono da JBS
·
Ricardo Saud, executivo da JBS
·
Demilton de Castro, executivo da JBS
·
João Magalhães, deputado estadual pelo MDB de MG
·
Neri Geller, deputado estadual eleito pelo PP de MT e ministro da
Agricultura de março a dezembro de 2014
·
Rodrigo Figueiredo, ex-secretário de Defesa Agropecuária
·
Mateus de Moura Lima Gomes, advogado
·
Mauro Luiz de Moura Araújo, advogado
·
Ildeu da Cunha Pereira, advogado
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