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A Justiça determinou nesta segunda-feira (25) a soltura do
ex-presidente Michel Temer, preso quinta-feira em São Paulo pela
Força-Tarefa da Lava Jato no Rio. A decisão é do desembargador Antonio Ivan
Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. A liminar também determina a soltura do ex-ministro Moreira Franco, de
João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, apontado como operador financeiro do
suposto esquema criminoso comandado por Temer, e de outros cinco alvos da
Operação Descontaminação.
Justiça determina soltura de Michel Temer e mais sete alvos de operação
São eles: Maria Rita Fratezi (mulher de Coronel Lima, que segundo o MPF
atuou em arrecadação de recursos e lavagem de dinheiro), Carlos Alberto Costa
(sócio do coronel Lima na Argeplan), Carlos Alberto Costa Filho (diretor da
Argeplan), Vanderlei Di Natale (suspeito de ter intercedido junto à
Eletronuclear em favor do esquema).
A liminar também contemplou Carlos Alberto Montenegro Gallo (também
suspeito de interceder junto à Eletronuclear para a participação da Argeplan),
que não tinha pedido de habeas corpus em seu nome. Na sexta-feira, o TRF2 tinha informado que os pedidos de habeas corpus do
ex-presidente Michel Temer (MDB) e de Moreira Franco (MDB) seriam julgados
apenas na quarta-feira (27).
A corte também tinha informado que o caso não seria analisado
monocraticamente — ou seja, apenas pelo relator — e que iria para a Primeira
Turma Especializada. Agora, o julgamento do mérito dos habeas corpus foi
retirado da pauta de quarta-feira. Athié argumentou na decisão desta segunda que todos os pedidos foram
feitos até 17 h de sexta-feira, mas que não houve tempo hábil de tomar uma
decisão ainda na semana passada. "Não tinha, assim, a menor condição de,
naquela tarde, decidir com segurança", escreveu. O desembargador diz ainda que aproveitou o fim de semana para ler todos
os documentos. Na quarta, a Primeira Turma Especializada julgaria o caso. "Ao examinar o caso, verifiquei que não se justifica aguardar mais
dois dias para decisão, ora proferida e ainda que provisória, eis que em
questão a liberdade. Assim, os habeas-corpus que foram incluídos na pauta da
próxima sessão, ficam dela retirados".
Desembargador fala em 'caolha interpretação'
Na decisão desta segunda, Athié disse que não é contra a Lava Jato: "Ressalto que não sou contra a chamada 'Lava-jato', ao contrário,
também quero ver nosso país livre da corrupção que o assola. Todavia, sem
observância das garantias constitucionais, asseguradas a todos, inclusive aos
que a renegam aos outros, com violação de regras não há legitimidade no combate
a essa praga".
Entretanto, apesar de elogios a operação e ao juiz Marcelo Bretas, o
desembargador faz críticas. Diz que houve "caolha interpretação" e
que a prisão foi embasada em "suposições de fatos antigos, apoiadas em
afirmações do órgão acusatório, ao qual não se nega - tem feito um trabalho
excepcional, elogiável, no combate à corrupção em nosso país". "Tem-se fatos antigos, possivelmente ilícitos, mas nenhuma evidência
de reiteração criminosa posterior a 2016, ou qualquer outro fator que
justifique prisão preventiva, sendo que os fatos em análise envolvem a
Eletronuclear, cuja ação penal principal já está sentenciada, ora tramitando
neste Tribunal, em face de apelação das partes".
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