Como
contrapartida a incentivo, empresas terão que aumentar número de voos
domésticos e internacionais no RN — Foto: Marcelo Barbosa/G1 RN
A governadora do Rio Grande
do Norte, Fátima Bezerra (PT) assinou, nesta terça-feira (18), um novo decreto
estadual que estabelece regras para a redução da cobrança de impostos no
querosene de aviação (QAV). Com a nova medida, a alíquota de tributos sobre o
combustível pode chegar até zero. De acordo com o governo, o objetivo é incentivar
o turismo. O novo regime de concessão
especial de tributação para as companhias aéreas prevê cinco alíquotas do ICMS
(Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de
Comunicação) que incide sobre o QAv, partindo dos atuais 12% e podendo chegar a
até 0%.
A concessão do benefício
está vinculada ao cumprimento de metas, que inclui aumento e regularidade de
voos, inclusive internacionais. Além disso, as operadoras que não cumprirem os
objetivos terão de devolver o imposto retroativo. "Esse novo regime de
incentivo às empresas aéreas é muito importante para o turismo, que é a
principal atividade econômica do nosso estado. É uma ação que beneficia acima
de tudo o povo potiguar, com a possibilidade de geração de mais emprego e
renda. O decreto foi construído em paralelo à negociação com as empresas, tanto
é que antes mesmo da assinatura já conseguimos abrir novos voos para Brasília,
por exemplo", afirmou a governadora. Pelas regras do novo regime
especial de tributação, para ter direito a atual alíquota de 12% - já
desfrutada pela maioria das companhias que operam no estado - é preciso que a
aérea aumente ao menos um voo nacional ou regional para cidades do Rio Grande
do Norte. A alíquota de 9% é destinada às empresas que realizam no mínimo um
voo internacional regular e direto semanal ou que incremente pelo menos 15% o
número total de voos.
As faixas mais competitivas
são as que reduzem a alíquota de ICMS nas saídas internas do QAv para 5%, 3% e
0%. Na primeira, a condição é que haja um aumento de voos da ordem de 30%. Já a
de 3% só é concedida às companhias que ampliarem em pelo menos 50% o número
total de voos. Para obter a isenção do
pagamento do ICMS sobre o combustível, as exigências são maiores. A companhia
aérea terá de manter um voo internacional direto semanal e, ao longo de um ano,
a operadora ficará obrigada a ter realizado no mínimo 30 voos desse tipo, além
de aumentar em 50% os voos nacionais. Em todos os casos, a quantidade de
assentos deve ser equivalente ao número de voos e não contam como incremento os
voos fretados.
Pagamento retroativo
Uma das cláusulas do decreto
prevê o pagamento retroativo da renúncia do ICMS. Caso as empresas não cumpram
as exigências após um ano do pedido de concessão do benefício, elas terão de
devolver aos cofres do estado o montante que deixou de ser repassado no período
em função da redução da alíquota. Desde 2017, em decreto do
então governador Robinson Faria (PSD), a base de cálculo do ICMS foi reduzida
de 18% para 12% no geral. Apenas a companhia Gol desfruta da alíquota de 9% por
manter um voo internacional a partir do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante,
enquanto as demais companhias operam com a alíquota de 12%.
De acordo com o secretário
de Estado de Tributação, Carlos Eduardo Xavier, a solenidade de formalização do
requerimento por parte das companhias para entrada no regime especial de
tributação já está marcada para a próxima semana, quando também serão
anunciados os novos voos que serão implantados no Rio Grande do Norte.
"Essa medida com novas
regras e contrapartidas bem definidas é fundamental para consolidar a malha
aérea no estado, que tem sido prejudicada pela redução do número de voos e alto
valor das tarifas das viagens", avaliou.
O decreto foi elaborado
depois que o Estado ratificou, no final do mês passado, a inclusão na cláusula
quinta do convênio nº 188, de 2017, do Conselho Nacional de Política Fazendária
(Confaz), que libera os estados signatários a reduzir a base de cálculo do ICMS
na saída interna de QAV para as companhias aéreas. "Equívocos na
publicação das reuniões do conselho tinham deixado o RN de fora do convênio,
mas após um trabalho da equipe do Governo isso foi corrigido e voltamos a
negociar com as companhias. Esse decreto é decisivo para voltarmos a fortalecer
a atividade turística e retomar o crescimento da economia potiguar",
pontuou a secretária de Estado do Turismo, Ana Maria da Costa.
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