O Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da
inflação oficial do país, desacelerou de 0,35% em maio para 0,06% em junho,
informou nesta terça-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). De acordo com o órgão, é a menor taxa para o mês desde
junho de 2006, quando ficou em -0,15%.
Segundo o
IBGE, quedas nos preços de alimentos e combustíveis ajudaram a desacelerar a
inflação na passagem de maio para junho. O grupo Alimentação e bebidas, que
havia ficado estável em maio (0,00%), apresentou deflação (-0,64%) em junho. Já
os combustíveis tiveram queda de 0,67%, ante uma alta de 3,30% no mês anterior. Dos nove
grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, somente o de alimentação e
bebidas apresentou queda no mês. Dentre as altas, o destaque ficou para o grupo
de Saúde e Cuidados Pessoas, que aumentou em 0,58% no mês.
Veja as
variações dos 9 grupos pesquisados:
- Alimentação
e bebidas: -0,64%
- Habitação:
0,52%
- Artigos
de residência: 0,01%
- Vestuário:
0,09%
- Transportes:
0,25%
- Saúde
e cuidados pessoais: 0,58%
- Despesas
pessoais: 0,11%
- Educação:
0,09%
- Comunicação:
-0,00%
Alimentos
em queda
Segundo o
IBGE, a safra agrícola fez com que os preços de alguns produtos importantes na
mesa do brasileiro tivessem queda significativa em junho. Os principais
destaques foram o feijão-carioca (-14,99%), tomate (-13,43%), feijão-mulatinho
(-11,48%), batata-inglesa (-11,30%), feijão-preto (-8,84%) e frutas (-5,25%).
O
instituto destacou que a alimentação fora do domicílio também teve recou em
junho. O IPCA-15 para este grupamento desacelerou de 0,48% em maio para 0,33%
em junho.
Alívio
nos transportes
O grupo
dos Transportes desacelerou de 0,65%, em maio, para 0,25% em junho,
contribuindo, juntamente com os alimentos, a desacelerar a inflação no período.
Segundo o IBGE, esse queda nos transportes foi puxada pelos combustíveis. A
gasolina apresentou alta de 0,10% em junho ante uma alta de 3,29% no IPCA-15 de
maio. Já o etanol, que teve alta de 4% no mês anterior, caiu 4,57% em junho.
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Passagem
aérea freia queda
Com alta
de 18,98%, as passagens aéreas exerceram impacto de 0,06 pontos percentuais
sobre o indicador mensal. Conforme destacou o IBGE, foi o maior impacto
positivo na prévia da inflação de junho, ou seja, responsável por pressionar o
indicador, impedindo uma desaceleração maior. No ano,
os preços das passagens aéreas acumulam uma queda de 15,32%. Em 12 meses,
porém, acumulam uma alta de 52,30%.
Índices
regionais
Das 11
regiões pesquisadas pelo IBGE para compôr o IPCA-15, cinco apresentaram
deflação na passagem de maio para junho. A mais intensa foi observada em Porto
Alegre, com recuou de 0,21% puxado pelo preço de frutas, que tiveram queda de
12,71%, e da gasolina, que recuou 2,64%. A maior alta foi registrada em
Brasília (0,30%), influenciada pela alta nos preços das passagens aéreas.
Veja o
indicador de de junho para cada uma das regiões pesquisadas:
- Brasília:
0,30%
- Fortaleza:
0,28%
- São
Paulo: 0,16%
- Belo
Horizonte: 0,10%
- Curitiba:
0,04%
- Salvador:
0,03%
- Rio
de Janeiro: -0,01%
- Goiânia:
-0,02%
- Recife:
-0,03%
- Belém:
-0,11%
- Porto
Alegre: -0,21%
Perspectivas
e meta de inflação
A meta
central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância do
sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%. A meta é fixada pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a
taxa básica de juros da economia (Selic), que está estacionada desde março do
ano passado na mínima histórica de 6,5%. Os
analistas das instituições financeiras projetam uma inflação abaixo do centro
da meta do governo e, nesta semana, reduziram de 3,84% para 3,82% a
expectativa de inflação para o ano, conforme mostrou o último Boletim
Focus. Para 2020, eles mantiveram a expectativa em 4%.
Metodologia
Para o cálculo do IPCA-15, foram coletados
preços no período entre 16 de maio e 12 de junho, e comparados com aqueles
vigentes entre 13 de abril e 15 de maio. O indicador refere-se às famílias com
rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do
Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém,
Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia
utilizada é a mesma do IPCA, considerado a inflação oficial do país. A
diferença está no período de
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