
SECRETÁRIO DO
PLANEJAMENTO, ALDEMIR FREIRE, SEM PLANO PARA SALÁRIOS ATRASADOS/COLUNA CÉSAR SANTOS -
JORNAL DE FATO
O secretário de Planejamento e
Finanças do Estado do Rio Grande do Norte, Aldemir Freire, anunciou que o
governo desistiu de vender a receita antecipada de royalties de petróleo e gás.
Não deu maiores explicações, nem precisava. Um mínimo de conhecimento aponta
que não havia possibilidade de negócio, por ausência de instituições financeiras
interessadas, fato confirmado na tentativa fracassada (deu deserto) do pregão
eletrônico no final de abril deste ano.
Era o “plano A” apresentado pela
governadora Fátima Bezerra (PT), no comecinho de sua gestão em janeiro, para
pagar os salários atrasados dos servidores públicos. Em todas as reuniões,
entrevistas e pronunciamentos, a governadora repetiu – à exaustão – que
amenizaria as folhas salariais em aberto com a venda antecipada dos royalties.
Sem apresentar outra alternativa, portanto, o “plano A” era o único plano. Os servidores deram voto de
confiança. Acreditaram, mesmo desconfiados. Não só isso: esperaram,
pacientemente, até aqui. Seis meses e 13 dias de governo. É muita paciência.
Ou, uma “lua-de-mel” entre governo e barnabés nunca antes vista na história
deste Estado.
E agora?
Sem um “plano B”, o governo precisa
encontrar nova promessa. Mais do que isso: fazer o servidor acreditar que desta
vez é de verdade. Não será uma tarefa fácil, isso porque não há qualquer
sinalização animadora para uma mudança de cenário na combalida saúde financeira
do Estado. Nos corredores da Seplan e nas
conversas de pé de ouvido na Governadoria, o comentário é de que a governadora
Fátima espera que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) socorra o RN,
permitindo ao Estado contrair operação financeira com aval do Tesouro Nacional.
A governadora evita falar de público sobre essa possibilidade para não admitir
que a sua gestão precisa e depende da gestão de Bolsonaro, presidente que ela
considera “ilegítimo”, por pura birra político-partidária.
Só que o saco está ainda mais rasgado
e os últimos grãos de paciência dos servidores – e da população potiguar –
estão se esvaindo. Daqui a pouco explode. Aliás, o Fórum Estadual de Servidores
marcou um Dia Estadual de Luta para 13 de agosto, quando paralisará as
atividades para protestar contra o governo Fátima. Os servidores afirmam que
não suportam mais esperar pelos salários atrasados de novembro, dezembro e o
13º salário de 2018, além das demandas represadas desde a gestão passada. Os servidores perceberam que o
governo não fez nada, absolutamente nada, para amenizar a crise financeira do
Estado, muito menos sugeriu um planejamento para atualizar a folha salarial.
Soma-se, aí, a decepção de a governadora ter optado por pagar os salários de
janeiro, como forma de manter em dia a folha dos novos secretários e
auxiliares, em detrimento dos salários que estão nos “restos a pagar” desde
2018.
Acabou a lua-de-mel. O pavio de
pólvora está exposto no Centro Administrativo.
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