
Assembleia geral da categoria deve deliberar por paralisação no Rio Grande do Norte/jJOSÉ ALDENIR - AGORA RN
Os
agentes e escrivães da Polícia Civil do Rio Grande do Norte têm o terceiro pior
salário de todo o Brasil. O piso salarial de R$ 3,755 mil só fica à frente do
que é pago para policiais de São Paulo (R$ 3,743 mil) e do estado do Ceará (R$
3,723 mil). As
informações estão no Ranking Salarial da Polícia Civil Brasileira 2019. O
estudo foi elaborado pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São
Paulo (SINDPESP) com base em dados oficiais colhidos por meio do Portal da
Transparência, Diário Oficial e Secretarias de Segurança Pública de todos os
estados da Federação. A
análise do ranking mostra, ainda, que os estados que melhor pagam sua polícia
não estão entre os que têm o maior Produto Interno Bruto (PIB). Um exemplo
disso é que os agentes e escrivães de São Paulo recebem o segundo pior salário
do Brasil. “A
exceção, neste ranking, é o Rio Grande do Sul, que tem o quarto maior PIB e o
quarto melhor salário do país.
Os outros estados mais bem posicionados no
ranking salarial não figuram na lista dos cinco que têm a maior riqueza. E isso
deixa claro que valorizar a carreira policial não é uma decisão econômica, mas
política”, afirma a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati. De
acordo com o estudo, o maior piso salarial é pago aos policiais civis do estado
do Amazonas, ne região Norte. Por lá, os agentes e escrivães recebem R$ 9,613
mil. Com
relação ao salário pago aos delegados, ainda de acordo com a pesquisa, o Rio
Grande do Norte está em 17º. Os responsáveis pelos distritos policiais
potiguares têm piso inicial de R$ 15,290 mil. O topo da tabela é ocupado pelos
delegados do estado do Moto Grosso, cujo salário é de R$ 24,451. Na outra
extremidade da tabela, com vencimento inicial de R$ 9.069 mil, estão os
delegados do Ceará. O
reajuste salarial para agentes e escrivães é um dos temas da assembleia geral
da Polícia Civil do Rio Grande do Norte. A reunião marcada para esta
segunda-feira, 7, às 8h, pode definir uma paralisação. Os agentes de segurança
reclamam de mudanças no plano de reestruturação da categoria, maior celeridade
nos processos de promoção e progressão e pagamento de salários atrasados.
De
acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio Grande do Norte
(Sinpol), Nilton Arruda, o Governo do Estado não demonstrou interesse em
promover promoções e progressões de carreira. “Temos também reivindicações
sobre a melhoria da estrutura do trabalho dos policiais civis do Rio Grande do
Norte”, reclama. Os
policiais têm queixas relacionadas com a demora do Estado em realizar a
restruturação da carreira dos agentes de segurança. Reuniões entre a entidade
representativa da categoria e a Secretaria Estadual de Administração (Sead)
foram realizadas ao longo do mês de setembro, mas não houve avanço nas
discussões. “Temos um dos piores salários de todo o país. Queremos mais
celeridade e menos burocracia nas nossas progressões. Esperamos que o projeto
lei modificando o plano de carreia da Polícia Civil seja enviado à Assembleia
Legislativa ainda este mês”, finaliza. Atualmente,
o RN conta efetivo de cerca de 1,39 mil policiais civis, segundo dados do
Sinpol. A entidade estima que o número ideal de agentes deveria ser de 5,15
mil. Um déficit de 3,7 mil agentes.
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