A Petrobras reduzirá
o preço médio da gasolina em 4,3% e o do diesel em 4,4% nas refinarias a partir
de quinta-feira (6), informou a companhia à Reuters, diante do recuo das
cotações de petróleo, impactadas por perspectivas de que um novo coronavírus na
China afete a demanda pela commodity. Os reajustes anunciados nesta
quarta-feira (4) marcam a quarta vez em que a estatal corta os preços neste
ano. Na semana passada, a empresa havia informado redução de 3% no diesel e na
gasolina. As cotações do petróleo Brent, referência internacional,
acumulam queda de mais de 15% no ano, apesar de operarem em significativa alta
de mais de 3% nesta quarta-feira. Vendas de curto prazo de petróleo e gás
natural liquefeito para a China — segundo maior consumidor global de petróleo —
foram praticamente paralisadas nesta semana, à medida que o coronavírus reduz a
atividade econômica e afeta a demanda, disseram fontes do mercado à Reuters.
A Petrobras tem reiterado que
sua política para os combustíveis segue o princípio da paridade de importação,
que leva em conta preços no mercado internacional mais os custos de
importadores, como transporte e taxas portuárias, com impacto também do
câmbio. "Em relação ao fechamento de ontem, os ajustes da Petrobras
estão de acordo com o mercado internacional... deixando uma leve janela de
importação para o diesel e em zero a zero para a importação da gasolina",
disse o chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone, Thadeu
Silva. O especialista destacou, no entanto, que a alta nos mercados de
petróleo nesta quarta-feira, diante de perspectivas de uma vacina para o
coronavírus, deixava o diesel e a gasolina com janela negativa para importação.
Nos postos
O repasse dos ajustes de preço
nas refinarias para o consumidor final nos postos, no entanto, não é imediato e
depende de diversos fatores, como consumo de estoques, impostos, margens de
distribuição e revenda e mistura de biocombustíveis. Na semana passada, os
preços médios da gasolina e do diesel nas bombas no Brasil recuaram levemente
em relação à semana anterior, acompanhando os cortes da Petrobras nas
refinarias e interrompendo série de altas. Os valores dos combustíveis
para o consumidor final têm sido uma preocupação do presidente Jair Bolsonaro,
que sofre pressão de caminhoneiros, um importante grupo de seu eleitorado.
Nesta semana, o presidente
chegou a cobrar em sua conta no Twitter um recuo de preços nos postos, após os
cortes anunciados pela Petrobras. Em declarações recentes, Bolsonaro
também tem proposto alterar a cobrança de ICMS sobre os combustíveis, um
tributo estadual, para reduzir custos. Mais cedo nesta quarta-feira,
Bolsonaro disse que estaria preparado para zerar impostos federais sobre
combustíveis se governadores também zerarem o ICMS. O "desafio" foi
lançado após questionamentos de jornalistas sobre declarações de governadores,
que afirmaram que a maior parte dos impostos que sobre os combustíveis são
federais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário