
O governo
federal exonerou o ex-ministro do Trabalho e ex-deputado federal Ronaldo
Nogueira da função de presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A exoneração
foi publicada na edição desta quarta-feira (12) do “Diário Oficial da União”
(DOU) e assinada pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Segundo a
publicação, a demissão foi a “pedido” de Nogueira. Filiado ao
PTB e ministro do Trabalho no governo de Michel Temer, Nogueira foi alvo
de busca e apreensão na Operação Gaveteiro, deflagrada pela Polícia Federal na
semana passada para investigar a suspeita de desvio de R$ 50 milhões no antigo
Ministério do Trabalh (veja no vídeo abaixo).
De acordo com
a PF, as irregularidades ocorreram de 2016 a 2018. Nogueira foi alvo de busca e
apreensão. Em nota, Nogueira afirmou na oportunidade: "Em
relação à notícia divulgada no dia de hoje, envolvendo meu nome, informo não
ter receio algum da apuração dos fatos. Meu advogado está tomando ciência do
processo com toda a serenidade que o momento exige. Tenho o maior interesse no
esclarecimento dos fatos e, desde já, coloco-me à disposição para prestar todos
os esclarecimentos necessários às autoridades responsáveis". A operação da
PF investiga uma organização criminosa que, de acordo com as apurações, fez uma
contratação de fachada de uma empresa para fornecer serviços de tecnologia ao
ministério. Nogueira assumiu
a Funasa em fevereiro de 2019, após encerrar o mandato de deputado federal
pelo Rio Grande do Sul. Na Câmara, ele fazia parte da bancada evangélica. O
ex-parlamentar tentou a reeleição em 2018, porém ficou entre os suplentes de
sua coligação.
Durante a
gestão de Nogueira foi aprovada a reforma trabalhista pelo Congresso Nacional.
As alterações mexeram em diversos pontos da legislação, como férias, jornada,
remuneração e plano de carreira. Em nota
publicada na terça-feira (11) no site da Funasa, Nogueira informou que
"tomou a decisão individual" de pedir demissão por "entender ser
o melhor a ser feito no momento", já que terá "mais tempo" para
se defender. "Desta
forma, terei mais tempo para dedicar-me à minha defesa e para trazer à luz a
verdade dos fatos, bem como, preservar as atividades e a integridade da Funasa,
fundação esta que aprendi a admirar e a respeitar, pela importância do seu
trabalho para o povo brasileiro", diz a nota assinada pelo ex-ministro. Nogueira
também afirmou ter "absoluta convicção" de sua "inocência"
em relação às suspeitas levantadas nas investigações.
*Leia a
íntegra da nota divulgada pela Funasa
Em virtude
das notícias veiculadas na imprensa nacional nos últimos dias, com ilações sobre
o meu nome, tomei a decisão individual de apresentar meu pedido de demissão do
cargo de presidente da Funasa - Fundação Nacional de Saúde. Tomei a iniciativa
deste gesto por entender ser o melhor a ser feito no momento.
Desta forma,
terei mais tempo para dedicar-me à minha defesa e para trazer à luz a verdade
dos fatos, bem como, preservar as atividades e a integridade da Funasa,
fundação esta que aprendi a admirar e a respeitar, pela importância do seu
trabalho para o povo brasileiro.
Tenho muita
honra de ter presidido esta Instituição e dos resultados que alcançamos,
juntamente com os servidores. Neste último ano, reduzimos as despesas de
custeio em 15%, entregamos mais de 240 obras e mais de 2.500 estão em execução.
Desde já,
agradeço a confiança do Presidente da República, Jair Bolsonaro, a mim
depositada, e o apoio dos ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e do
chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Em especial
gostaria de agradecer a todos os servidores e à direção da Funasa pela
colaboração e pelo trabalho realizado. Sem dúvida, vocês têm muito do que se
orgulhar.
Tenho
absoluta convicção da minha inocência em relação às denúncias envolvendo meu
nome e, com toda a serenidade necessária, provarei isso junto às instâncias
responsáveis.
Ronaldo Nogueira
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