Cerca de 32 milhões de pessoas
físicas ganharam mais dois meses para entregarem a declaração do Imposto de
Renda Pessoa Física. O prazo, que acabaria em 30 de abril, foi estendido para
30 de junho, anunciou há pouco o secretário da Receita Federal, José Barroso
Tostes Neto. Segundo o secretário, apesar de a
entrega das declarações neste ano estar em ritmo superior ao do mesmo período
do ano passado, a Receita concordou em prorrogar o prazo depois de ouvir
relatos de contribuintes confinados em casa com dificuldades em obter
documentos na empresa ou de conseguir recibos com clínicas médicas para
deduzirem gastos. “O ritmo de entrega continua bom. Até
ontem, tínhamos recebido 8,8 milhões de declarações, 400 mil a mais que no
mesmo período do ano passado. Isso representa 27% do esperado. Porém decidimos
pela prorrogação por demanda de contribuintes confinados em casa, mas que
relatam a falta de documentos ou documentos que estão na empresa, no escritório
ou na clínica. Eles estão com dificuldade momentânea de obter todos os
documentos necessários”, explicou.
Sobre a possibilidade de rever o
cronograma de restituição para quem já entregou a declaração, o secretário
disse que ainda vai reavaliar a medida. Neste ano, a Receita tinha reduzido, de
sete para cinco, o número de lotes de restituição e antecipado o primeiro lote
de 15 de junho para 30 de maio. Tostes também anunciou a total
desoneração, por 90 dias, de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre
operações de crédito. A medida terá como objetivo baratear as linhas
emergenciais de crédito já anunciadas pelo governo. Segundo ele, o governo
deixará de arrecadar R$ 7 bilhões com a desoneração. A última medida anunciada pelo
secretário foi o adiamento das contribuições de abril e de maio para o Programa
de Integração Social (PIS), o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público (Pasep), para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da
contribuição patronal para a Previdência Social, paga pelos empregadores. As
parcelas só serão pagas de agosto a outubro, permitindo a injeção de R$ 80
bilhões na economia.
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