
A maioria dos
deputados federais apoia a destinação dos R$ 2 bilhões reservados ao custeio
das eleições municipais deste ano para ações de combate à pandemia do novo
coronavírus. Pelo menos
264 dos 513 parlamentares afirmam que votariam a favor de projeto que alterasse
a finalidade do fundo eleitoral diante da situação de emergência do País.
Enquete feita pelo jornal O Estado de S. Paulo nos últimos 20 dias mostra,
ainda, que esse número pode ser maior, já que 94 deputados não foram
encontrados para opinar. Entre os oito
deputados que representam o Rio Grande do Norte na Câmara, cinco disseram que
são a favor da destinação da verba para a saúde: Beto Rosado (Progressistas),
Fábio Faria (PSD), General Girão (PSL), João Maia (PL) e Rafael Motta (PSB).
Uma parlamentar não quis responder – Natália Bonavides (PT); e Benes Leocádio
(Republicanos) e Walter Alves (MDB) não foram localizados pela reportagem.
A menos de
seis meses para o primeiro turno das eleições, marcado para 4 de outubro, o
adiamento do pleito não está definido. No Congresso, não há um debate oficial
sobre a questão. Já a proposta de transferir recursos do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha para a Saúde, que depende de maioria simples para ser
aprovada, é objeto de 11 projetos de lei, apresentados desde março. As propostas
foram elaboradas por parlamentares de oito partidos – PL, PSL, PSDB, Novo, PDT,
Pros, PSB e Avante – com base no caráter emergencial da medida, mas nenhuma foi
pautada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele argumenta que a
utilização do recurso bilionário está prevista na “PEC da guerra”, aprovada no
Congresso este mês. A proposta de
emenda à Constituição trata do uso de fundos, mas não cita o que paga campanhas
eleitorais. Tanto que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), negou a
inclusão dessa possibilidade no texto votado pelos senadores. Segundo ele,
diante das medidas anunciadas pelo governo, avaliadas em R$ 568 bilhões, o uso
do fundão não se faz necessário. Para Alcolumbre, que tem o apoio das cúpulas
do Senado e da Câmara, o pedido é “demagogia”.
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