Caderno e caneta são duas ferramentas
básicas que possibilitam qualquer estudante participar de uma aula tradicional,
na forma presencial. No entanto, isso muda completamente em quando se trata das
aulas remotas, ou seja, à distância. Para que o aluno possa participar do
processo é necessário que ele disponha de internet em casa, computador ou um
celular. Em pleno 2020 isso pode parecer algo simples, mas não é. Embora o
acesso a internet, computadores e smartphones tenha se popularizado nos últimos
anos, nem todos têm a mesma oportunidade, sobretudo as pessoas de baixa renda.
De acordo com a 15ª pesquisa Tic
Domicílios, realizada entre outubro de 2019 e março deste ano pelo Comitê
Gestor da Internet no Brasil (Cetic.br), 28 milhões de casas não têm acesso a
internet e 47 milhões de pessoas não têm acesso à rede. Apenas 57% das pessoas
das classes D e E fazem uso da internet, que chega a 53% dos habitantes da área
rural. A pesquisa mostra que 59% dos brasileiros utilizam a internet apenas pelo
celular. Aqui no Rio Grande do Norte a
Secretaria Estadual de Educação deixou a critério de cada escola utilizar ou
não as aulas remotas durante a pandemia da Covid-19. Tendo como
fundamento este tipo de pesquisa e conhecendo a realidade dos estudantes, o
SINTE/RN se posiciona contra a implementação das aulas remotas no RN. Em 07 de
abril a entidade emitiu uma nota explicando as razões pelas quais é contra a
modalidade de ensino e orientando os professores a não ofertarem aulas online. A diretora interina de comunicação do
SINTE/RN, professora Simonete Almeida, afirma que aulas à distância excluem
grande parte dos alunos do processo de ensino: “Dessa forma (aulas remotas) só
atingirá uma pequena parcela dos estudantes e uma grande parte ficará excluído
do processo ensino aprendizagem”.
A sindicalista aponta que as aulas
não ofertadas durante o distanciamento social imposto pelo novo Coronavírus
serão repostas tão logo a situação se normalize: “As horas aulas serão
contabilizadas e ofertadas com mais qualidade e com a assistência do
profissional para orienta-lo”. Neste momento a direção do SINTE está
discutindo internamente propostas que apresentará em breve à SEEC a fim de
contribuir para a reorganização do calendário do ano letivo de 2020:
“Respeitando o direito e as condições do estudante e do profissional que conduz
o processo”, explica Simonete. Embora defenda a retomada das aulas
apenas na forma presencial, a sindicalista reconhece que os alunos serão
momentaneamente prejudicados: “Sabemos que o processo educacional será
prejudicado, mas não será diferente em outros setores. O ano de 2020 ficará na
história como atípico em todos os aspectos, onde a prioridade é a saúde pública
de toda a população. Temos que unir forças para passarmos e superarmos este momento
da melhor forma possível”.
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