A Petrobras informou
nesta quinta-feira (18) que haverá um reajuste médio de 8% para o diesel e 5%
para a gasolina nas refinarias a partir desta sexta, 19 de junho. O movimento é
o primeiro reajuste neste mês para o diesel, combustível mais utilizado do
Brasil, e o segundo para a gasolina, que
havia sofrido aumento de 10% em 9 de junho. As elevações
seguem-se a aumentos consecutivos vistos no mês passado, principalmente na
gasolina, em meio a uma recuperação nas cotações do petróleo no mercado
internacional a partir de abril, após acordo entre Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados para cortes recordes de oferta.
O petróleo
Brent, referência internacional, acumula ganhos de mais de 100% desde meados de
abril, quando tocou mínima de 21 anos, abaixo de 16 dólares.A Petrobras
defende que sua política de preços busca seguir valores de paridade de
importação, que levam em conta o petróleo no mercado internacional e custos de
importadores, como transporte e taxas portuárias, com impacto também do câmbio. O dólar
acumula valorização de mais de 10% contra o real desde 8 de junho, quando havia
recuado para mínimas em 12 semanas. O repasse de
reajustes nas refinarias até os consumidores finais, no entanto, não é imediato
e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda,
impostos e adição obrigatória de biodiesel.
Defasagem
Para o
presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom),
Sergio Araújo, apesar dos reajustes que deverão começar a vigorar na
sexta-feira, continua a defasagem dos preços da Petrobras na comparação com os
valores externos: em 11 centavos de real por litro para o diesel e de 0,13 real
por litro para a gasolina. Na opinião
dele, isso inviabiliza importações de derivados, uma vez que o petróleo Brent
está sendo negociado acima de 41 dólares o barril e o dólar está no patamar de
5,35 reais.
A Petrobras
informou no final da semana passada à Reuters que as refinarias da empresa, que
responde por quase 100% do refino de petróleo nacional, tiveram recuperação na
taxa de utilização de capacidade, com uma melhora no mercado de combustíveis no
Brasil, uma queda na importação de derivados e exportações recordes de óleo
combustível. A taxa de
utilização das refinarias no país atingiu cerca de 74%, bem próximo aos 77%
verificados no período anterior ao início da pandemia de coronavírus, segundo
os mais recentes dados do Ministério de Minas e Energia. Mas, para o
presidente da Abicom, "a demanda (de combustíveis) ainda não voltou ao
normal" no país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário