Os deputados da Assembleia
Legislativa do RN aprovaram na manhã desta quarta-feira (31) os projetos que
definem as atividades educacionais e as igrejas como essenciais em período de
calamidade pública. A prioridade para vacinação contra a covid-19 das pessoas
com síndrome de down que apresentam o espectro autista também foi aprovada
durante a sessão plenária. Depois de aprovados pelos deputados, os projetos aguardam
sanção governamental. “Esse projeto foi feito depois de ouvirmos representantes das escolas privadas
do estado, que se reuniram comigo na Assembleia Legislativa, mostrando as
dificuldades que o setor vem apresentando, não só na parte econômica. Como pai,
sou testemunha das dificuldades que os alunos têm de concentração no
aprendizado remoto. Tornar a educação essencial no RN é de fundamental
importância para nossos jovens, que estão privados não só da aula presencial,
mas também das relações de amizade, do cotidiano dentro da escola e das
atividades físicas e culturais”, defendeu Ezequiel Ferreira, presidente da Casa
e autor do projeto de lei.
O relator da matéria, deputado Gustavo Carvalho (PSDB), destacou que o risco de
contaminação de covid-19 nas escolas é muito baixo. “Um estudo publicado
conjuntamente com a ONU e a Unicef, mostram que o fechamento das escolas no
mundo pouco contribuiu para diminuir a disseminação do vírus. Por outro lado,
está causando danos de longo prazo a toda uma geração”, relatou. Durante a leitura do escopo do projeto, Ezequiel Ferreira destacou que a
exclusão das escolas públicas da matéria ocorreu em entendimento conjunto com o
líder do governo na Casa, deputado Francisco do PT. Durante a discussão, o entendimento de permitir a reabertura das escolas
privadas que adotaram as medidas de segurança sanitária para oferecerem aulas
presenciais e que também investiram em tecnologia que permitem a realização de
aulas na modalidade remota, podendo assim facultar aos pais a decisão entre o
ensino remoto ou presencial, foi citado pelos deputados como justificativas
para aprovação da proposta. O contraponto foi feito pelos deputados Eudiane Macedo (Republicanos),
Francisco do PT, Cristiane Dantas (Solidariedade) e Isolda Dantas (PT).
Mesmo
votando a favor, a deputada Eudiane cobrou “atenção do Governo do Estado para
que as escolas públicas também voltem a funcionar”, a mesma observação foi
feita pela deputada Cristiane Dantas. Francisco do PT destacou os esforços do
Governo do Estado para continuar o ensino público. Ao se abster do voto, a deputada Isolda Dantas (PT) defendeu a escola pública.
“Há consenso que a educação é essencial, não há divergência sobre isso. Há
diferença entre educação ser essencial e aulas presenciais serem essenciais.
Estudei a vida inteira em escola pública e não posso, em um momento desses,
separar escola pública de escola privada. Faz parte do meu princípio de cidadã.
Isso vai aumentar ainda mais a desigualdade. Vou me abster dessa votação.
Precisamos batalhar pela vacina, porque não tem nada mais essencial do que a
nossa vida”, disse.
Templos, igrejas e prioridades
A matéria que estabelece as igrejas e os templos de qualquer culto como
atividade essencial em períodos de calamidade pública, de autoria do deputado
Albert Dickson (PROS), também foi aprovada. “Em meio a tantos problemas, temos
que nos preocupar também com a crise existencial, de alma”, destacou o deputado
Albert Dickson. De acordo com o parlamentar, o índice de depressão aumentou
cerca de 45% nas pessoas que estão dentro de casa. “Claro que o funcionamento é
limitado e com restrição para garantir a segurança”, justificou.
Dando continuidade ao trabalho da Casa com foco na pandemia, os deputados
também aprovaram projeto de lei, de autoria da deputada Cristiane Dantas, que
prioriza pessoas com deficiência na vacinação contra o vírus sars-cov2,
causador da Covid-19, com foco prioritário nas pessoas do espectro autistas e
pessoas com síndrome de down. “É sabido que são pessoas com maior vulnerabilidade
imunológica, tendo 10 vezes mais riscos de contrair a Covid-19 e
consequentemente mais risco de morrer, e as pessoas com espectro autista têm
dificuldades de usar máscaras”, destacou a autora do projeto.
Também aprovado, o projeto de lei, de autoria do deputado Ubaldo Fernandes (PL)
que assegura ao paciente o direito de acompanhar a manipulação da vacina a que
está sendo submetido. “Esse projeto foi provocado após uma série de denúncias
na imprensa, de profissionais que aplicavam falsamente vacinas, com ampolas sem
imunizantes”, disse Ubaldo. Os deputados ainda referendaram 11 ofícios de decreto de calamidade pública dos
municípios de Canguaretama, Cerro Corá, Jaçanã, Lagoa Nova, Monte das
Gameleiras, Nova Cruz, Passa e Fica, Patu, Riacho da Cruz, São José de
Campestre e Serra de São Bento.
Fonte: Portal Grande Ponto
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