O atual momento de aumento de casos de arboviroses em todo o Brasil colocou o Rio Grande do Norte com a maior taxa de prováveis casos de dengue por 100 mil habitantes do Nordeste e a maior taxa de casos de zika no Brasil. Os dados constam no Boletim Epidemiológico 22, divulgado pelo Ministério da Saúde, no período que corresponde às datas de 02/01/2022 a 04/06/2022. A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) tem intensificado a capacitação e orientação junto aos municípios, além de atuar com carros fumacês para cidades em transmissão estado mais avançado.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, no período analisado, o Estado registrou 21.819 casos, uma taxa de 612,7/100 mil habitantes. Nos números absolutos no Nordeste, o RN ficou atrás apenas de Bahia e Ceará. Quando se observa a taxa, o Estado fica na primeira posição. Piauí (393,6), Alagoas (310,8) e Ceará (300,1) aparecem na sequência. Já com relação ao Zika vírus, a taxa do RN foi a maior do Brasil, com 47,7 casos para 100 mil habitantes. O total de casos foi de 1.698.
O Rio Grande do Norte está em situação de epidemia de dengue. O decreto que
oficializou a situação em níveis governamentais foi publicado na edição do
Diário Oficial do Estado (DOE) no último dia 20 de maio. A situação se dá pela
recente subida exponencial de casos, constatada pelos boletins epidemiológicos
da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Mesma situação foi decretada
pelo município de Natal, no dia 17 de maio.
Brasil
Até a SE 22 de 2022 ocorreram 1.104.742 casos prováveis de dengue (taxa de
incidência de 517,9 casos por 100 mil hab.) no Brasil. Em comparação com o ano
de 2019, houve redução de 8,4% de casos registrados para o mesmo período
analisado. Quando comparado com o ano de 2021, ocorreu um aumento de 197,9%
casos até a respectiva semana. Para o ano de 2022, a Região Centro-Oeste
apresentou a maior taxa de incidência de dengue, com 1.544,2 casos/100 mil
hab., seguida das Regiões Sul (941,7 casos/100 mil hab.), Sudeste (419,2
casos/100 mil hab.), Nordeste (250,5 casos/100 mil hab.) e Norte (212,8
casos/100 mil hab.).
Até o momento, foram confirmados 504 óbitos por dengue, sendo 439 por critério
laboratorial e 65 por critério clínico epidemiológico. Os estados que
apresentaram o maior número de óbitos foram: São Paulo (180), Santa Catarina
(60), Rio Grande do Sul (49), Goiás (44) e Paraná (43). Permanecem em
investigação outros 364 óbitos
Chikungunya e Zika
No boletim do MS, a chikungunya registrou 108.730 casos prováveis de
chikungunya (taxa de incidência de 51 casos por 100 mil hab.) no Brasil até a
SE 22 de 2022 ocorreram. Em comparação com o ano de 2019, houve aumento de
35,2% de casos registrados para o mesmo período analisado. Quando comparado com
o ano de 2021, ocorreu um aumento de 95,7% casos até a respectiva semana.
Com relação aos dados de zika, ocorreram 5.699 casos prováveis até a SE 21 de 2022, correspondendo a uma taxa de incidência de 2,7 caso por 100 mil hab. no País Em relação a 2019, os dados representam um aumento de 14,4% no número de casos do País. Quando comparado com o ano de 2021, observa-se um aumento de 118,9% no número de casos. Não foram notificados óbitos por zika no País até a respectiva semana do ano de 2022.
Carros fumacês já atuaram em 31 municípios
Desde o início do ano, a Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap) já
atuou em 31 municípios com o uso do carro fumacê, uma medida considerada mais
drástica para o enfrentamento das arboviroses. No dia 26 de janeiro, uma
portaria assinada pelo secretário de saúde do RN, Cipriano Maia, estabeleceu
uma série de critérios para utilização do inseticida nas ruas dos municípios.
Segundo Sílvia Dinara do Nascimento Alves, gestora do programa estadual de combate às arboviroses, vários municípios têm solicitado a utilização do carro fumacê. Nesta semana, dez municípios estão sendo contemplados com os oito carros que a Sesap dispõe. A capital Natal está recebendo dois carros em suas ruas. “O carro fumacê é utilizado como última medida, não é uma medida de prevenção. É algo para dar um corte na diminuição da transmissão. Usamos o inseticida indicado e fornecido pelo Ministério da Saúde”, apontou.
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