O
Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) concluiu o relatório sobre o
projeto Resgatar, que buscou efetivar o direito à profissionalização dos
adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação no Centro de
Atendimento Socioeducativo (CASE) Pitimbu. Ele foi desenvolvido pela 65ª
Promotoria de Justiça de Natal, com a colaboração de instituições e órgãos
parceiros. O projeto-piloto foi desenvolvido no Case Pitimbu no eixo da
profissionalização/trabalho/previdência, um dos parâmetros socioeducativos
previstos no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). Foram
executadas ações de fomento à profissionalização dos adolescentes que cumprem
medidas socioeducativas de privação de liberdade (sem possibilidade de
atividade externa), propiciando a sua futura inserção no mercado de trabalho,
estando aliado ainda às atividades de cultura e valorização social, respeitada
a condição de pessoa em desenvolvimento, conforme disposto nas normas e leis da
infância e juventude.
O Projeto ficou suspenso de março de 2020 até o primeiro semestre de 2021,
considerando o contexto de crise sanitária advinda da covid-19; observando-se a
retomada dos cursos retomados somente no segundo semestre de 2021, com a devida
segurança a todos os envolvidos. Entre os resultados apontados no relatório estão a conscientização dos
adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa sobre a importância da
profissionalização; a implantação de uma biblioteca no Case Pitimbu, com o
objetivo de auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para a
profissionalização dos adolescentes internos e a geração de renda para os
adolescentes participantes do projeto por meio da venda dos objetos que
confeccionaram a partir das oficinas do Sesc. Neste caso, o adolescente podia
escolher entre receber o recurso ao final da medida socioeducativa ou
destiná-lo à família enquanto ainda estava sendo cumprida a medida. “As ações desenvolvidas no campo socioeducativo mostrou que é possível e viável
a integração das instituições com observância à legislação vigente, ficando
como uma lição aprendida pelos atores envolvidos. Importante também destacar o
papel de grande relevância e sensibilidade a cargo do MPT e das instituições
parceiras, como o Senac, Sesc e Senai, na execução do Projeto junto ao Case
Pitimbu, assegurando o direito à profissionalização e valorização social aos
adolescentes privados de liberdade, afirma o promotor de Justiça Manoel Onofre
de Souza Neto.
Ao longo da execução do Projeto, foram levadas em consideração a qualidade do
envolvimento e a contribuição de cada parceiro; a comunicação institucional
(capacidade comunicativa); o interesse e a participação dos socioeducandos; a
viabilização dos materiais necessários para os cursos; os obstáculos
enfrentadas por cada instituição, em especial da Fundase (infraestrutura e
recursos humanos; o desafio de mensurar o impacto pessoal e coletivo do
trabalho; a não efetivação da parceria com a Abrasel; e a realização de
orientações com vistas a garantir a concretização dos objetivos fixados. O projeto Resgatar foi desenvolvido pelo MPRN em parceria com a Procuradoria
Regional do Trabalho da 21ª Região, a Associação do Ministério Público do Estado
do Rio Grande do Norte (Ampern); o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(Senac), o Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai); a Fundação de Atendimento Socioeducativo do
Estado do Rio Grande do Norte (Fundase) e o Centro de Atendimento
Socioeducativo (CASE) Pitimbu. Como perspectivas para o futuro, o MPRN tem a pretensão de desenvolver um novo
projeto, voltado às medidas socioeducativas em meio aberto, considerando a sua
prevalência e prioridade na política de atendimento socioeducativo. Tal
iniciativa já teve seu início com a realização de cursos nos Creas,
responsáveis pela execução das Medidas Socioeducativas em meio aberto no
Município de Natal, em importante projeto-piloto que foi desenvolvido, com
destacado êxito e festejada repercussão.
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