Em decisão publicada no Diário Oficial, o Governo estadual, por meio do Instituto de Gestão das Águas (Igarn), declarou situação de escassez no Canal do Pataxó e no trecho perenizado do Rio Pataxó, entre os municípios de Itajá e Ipanguaçu, no Vale do Açu. O Rio Grande do Norte enfrenta uma crise hídrica crescente que já atinge 83% do estado A portaria estabelece regras para o uso da água na região, afetando irrigação, pecuária e consumo doméstico. Irrigantes da margem direita poderão ligar bombas apenas às segundas, quartas e sextas-feiras, enquanto os da margem esquerda têm autorização nas terças, quintas e sábados. Aos domingos, nenhuma irrigação será permitida. Além disso, o funcionamento dos sifões fica limitado a 11 horas diárias (6h às 17h) exclusivamente para irrigação, dessedentação animal e uso doméstico.
O uso da água para enchimento de açudes, lagoas ou barreiros está proibido. Descumprimentos podem resultar em advertência ou suspensão do direito de uso. Segundo o Igarn, as medidas foram definidas após reuniões com usuários da região e terão nova avaliação em 16 de outubro, quando poderá haver ajustes ou a adoção de restrições adicionais. Levantamento divulgado em 17 de setembro pelo órgão aponta que os 69 reservatórios monitorados acumulam, em média, 44,79% de sua capacidade. A barragem Armando Ribeiro Gonçalves, a maior do estado, está com 53,63%. Outras em condições relativamente melhores são Santa Cruz do Apodi (61,76%) e Umari (64,22%). No extremo oposto, 12 reservatórios apresentam níveis alarmantes, com menos de 10% da capacidade. Entre eles, o Itans, em Caicó (0,14%), Passagem das Traíras, em São José do Seridó (0,03%), e Mundo Novo, em Caicó (1,69%). O reservatório de Oiticica, abastecido pela transposição do Rio São Francisco, registra 14,46%.
Durante visita técnica em 10 de setembro, o trecho final do Rio Pataxó apresentava vazão zero, refletindo a gravidade da seca na região do Vale do Açu, atualmente classificada como área de seca moderada. O Igarn alerta que a continuidade do uso irregular da água poderá levar à suspensão do direito de captação até o término da vigência da portaria, reforçando a necessidade de cumprimento das novas regras para garantir abastecimento à população e à produção rural.
Nenhum comentário:
Postar um comentário