
Elaborar um documento contendo
as providências a serem tomadas para a resolução do problema hídrico nos municípios
do Seridó, atendidos pelas barragens Boqueirão de Parelhas e Passagem das
Traíras, foi a conclusão a que chegou a audiência pública promovida pela
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, realizada na tarde de segunda-feira (20), na Câmara Municipal de Parelhas, por proposição do deputado
Francisco do PT, para discutir “Abastecimento do Seridó: a situação hídrica da
Barragem do Boqueirão e as obras da Barragem Passagem das Traíras”. “Essa audiência é fruto da
preocupação da população de Parelhas, Carnaúba dos Dantas e Jardim do Seridó
com o abastecimento. O que se pretende é que os órgãos competentes possam
apresentar alternativas rápidas para o abastecimento até o próximo inverno,
quando Boqueirão recebe recarga e também reivindicar dos órgãos federais a
conclusão da recuperação de Passagem das Traíras que está bastante atrasada e o
início das obras do Projeto Seridó que é o que vai trazer a solução
definitiva,” afirmou o deputado Francisco do PT.
As discussões durante a
audiência levantaram a preocupação com relação a construção de barragens na
bacia do rio Seridó, de pequeno, médio e grande portes, à montante da barragem
de Boqueirão, de pequeno, médio e grande portes, impedido que a água chegue ao
reservatório. Outros questionamentos, com base nessas informações foram
colocados sobre até quando a água, hoje acumulada em Boqueirão de Parelhas e
Passagem das Traíras, vai dar para servir ao abastecimento de Parelhas, Jardim
do Seridó e Carnaúba dos Dantas, beneficiando mais de 40 mil habitantes.Com o assoreamento surgiu a
questão da má qualidade da água para o consumo humano. A falta de gestão dos
órgãos públicos também foi colocada na mesa dos trabalhos, pois já deveria ter
proibido o banho na Barragem de Boqueirão, onde acontecem festas todos os
finais de semana. Há muita matéria orgânica acumulada, o que talvez seja o
motivo para o cheiro ruim da água acumulada, hoje em pequena quantidade. Conforme com os debatedores,
com o volume de chuvas deste ano, na área de Boqueirão, era para o reservatório
está com muito mais água. Atualmente, o volume está abaixo de 10% de sua
capacidade, o que reforça as teses de barramento e assoreamento. “Há
preocupação que a barragem entre em colapso como aconteceu com a barragem de
Gargalheiras – em Acari – que secou”, pontuou o deputado Francisco do PT.
De acordo com uma previsão
feita pelo diretor de operações da Companhia de Águas e Esgoto do Rio Grande do
Norte, Tiago Índio, a água do Boqueirão vai dar para o abastecimento somente
até janeiro ou fevereiro de 2023. Ainda durante os debates foram
feitas reclamações pelo fato de o DNOCS não ter mandado um representante,
apesar de o órgão ter sido convidado. De acordo com os reclamantes, o órgão
federal tomou as obras de recuperação da barragem Passagem das Traíras e até
agora os trabalhos não foram concluídos o que talvez só aconteça no próximo
ano. Foi lembrado que a barragem foi construída pelo então governador Vivaldo
Costa em apenas 100 dias e em três anos ainda não foi feita a recuperação da
barragem.
Fonte: ANNA RUTH DANTAS