Carlos Eduardo Xavier, secretário da Fazenda do RN
A Comissão de Fiscalização e
Finanças (CFF) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou, à
unanimidade, a convocação do secretário da Fazenda do estado, auditor fiscal
Carlos Eduardo Xavier, para esclarecer sobre a atual situação financeira do
estado. A sugestão foi do deputado de oposição Nelter Queiroz (PSDB),
acompanhada pelos demais membros da CFF. O secretário deverá comparecer na
reunião da próxima quarta-feira, 9, às 10 h. “O secretário declarou, em
alguns veículos de imprensa, que a situação financeira do Rio Grande do Norte
era preocupante. Precisamos saber qual a real situação e só ele pode nos
explicar”, justificou Nelter Queiroz. As declarações de Carlos
Eduardo, assim como o balanço fiscal referente ao 3º bimestre de 2023, foram
repercutidas em reportagem do Jornal de Fato, edição de terça-feira, 1º. Em um
ano, o Governo do Estado aumentou quase 20% os gastos com pessoal e encargos
sociais, enquanto a receita arrecadada não acompanhou o mesmo desempenho. Os
números sugerem que o Estado precisa urgentemente equilibrar as contas públicas
sob pena de sofrer as consequências no tempo próximo.
Segundo os dados publicados no
Diário Oficial do Estado, edição de sábado, 29, os gastos com pessoal e
encargos subiram 19,82%, enquanto o desempenho da máquina arrecadadora
apresentou resultado positivo de apenas 2,49%. Carlos Eduardo Xavier, usou as
suas redes sociais para fazer o alerta da situação. “Não há como manter as
contas equilibradas com este quadro e, por isso, venho insistindo na
necessidade de contenção do crescimento da folha nos próximos anos”, afirmou,
por meio de suas redes sociais. O secretário diagnostica que a
situação financeira do Estado é consequência de uma série de fatos, mas o
principal deles é o baixo crescimento das receitas no período de combinação dos
efeitos da Lei Complementar 194 - que reduziu a alíquota do ICMS sobre os
serviços essenciais, incluindo os combustíveis - com a estagnação do Fundo de
Participação dos Estados e Distrito Federal (FPE), ocasionada pela manutenção
dos juros altos.
Paralelamente, o Estado viu
aumentar os gastos com pessoal, sobremaneira no que diz respeito ao Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb). A planilha do Estado mostra que 86,46% dos
recursos foram direcionados ao gasto com pessoal, um aumento de 6,91% em
relação ao mesmo período do ano passado. O governo estadual respeitou a lei do
piso salarial dos professores, cumprindo o percentual de 33,24% de 2022 e de
14,95% este ano, de forma parcelada. O titular da Fazenda alerta
que o Governo do Estado precisa conter o aumento da folha de pessoal, até mesmo
para manter em dia os compromissos com o funcionalismo público. A sua fala,
porém, bate de frente com as diversas categorias que estão em campanha
salarial, como é o caso dos servidores da saúde, que, inclusive, iniciaram
greve. “A busca no segundo semestre é
por um crescimento consistente das receitas de ICMS para que consigamos fechar
as contas do ano, inclusive com o pagamento do 13° salário. Além disso, vamos
atrás de receitas extraordinárias como a adesão ao PEF para a retomada dos
investimentos”, afirma Carlos Eduardo Xavier.