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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

JUIZ ACATA DENÚNCIA CONTRA PM PRESO POR MATAR ADVOGADA A PAULADAS NO RN

Corpo de advogada foi enterrado nesta sexta (Foto: Anderson Barbosa/G1)Corpo de advogada foi enterrado em Parelhas, na região Seridó do RN (Foto: Anderson Barbosa/G1)

A Justiça do Rio Grande do Norte aceitou, nesta quinta-feira (28), denúncia oferecida pelo Ministério Público contra o policial militar Gleyson Alex de Araújo Galvão, de 35 anos. Com isso, ele passa a ser formalmente acusado pelo assassinato da advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, de 37, morta a pauladas dentro de um motel na cidade de Santo Antônio, a 70 quilômetros de Natal. O crime aconteceu no dia 14 deste mês. A denúncia foi acatada pelo juiz Ederson Solano Batista de Morais, da comarca de Santo Antônio.  Segundo o juiz, o réu tem 10 dias para responder à acusação, por escrito, através de advogado. O magistrado também notifica o Itep para que envie todos os laudos criminais produzidos pelos peritos e informações atualizadas quanto aos antecedentes criminais do réu. O G1 tentou contato com Cezar Cerqueira de Freitas Júnior, defensor do PM, mas ele não atendeu ou retornou as ligações.

Em depoimento à polícia, o policial disse que a vítima, sua ex-namorada, teria ficado enfurecida com uma ligação que ele havia recebido e tentado agredi-lo. Em razão disso, os dois, “entraram em vias de fato e, durante essa contenda caíram ambos, não lembrando o que ocorreu depois disso”, diz o documento. Ainda segundo o depoimento, Gleyson afirma ter passado boa parte do dia anterior à morte da advogada bebendo com ela e que, a briga, teria sido iniciada porque ele havia se recusado a revelar o nome da pessoa que havia ligado para o celular dele. Também consta no relato do PM que ele “não sabe como aquele pedaço de madeira foi aparecer no interior daquele quarto”, acrescentando “que só depois da prisão começou a entender onde se encontrava, mas que os policiais de serviço não deixaram mais que ele entrasse no quarto”.

A família de Vanessa Ricarda não acredita que ela tenha ido se encontrar com o suspeito para beber. Genilson Dantas, cunhado da advogada, afirma que ela era evangélica e não consumia bebidas alcoólicas. Ele também disse que acredita que Vanessa tenha ido se encontrar com o policial militar sob ameaça. “Ele sempre dizia que iria matá-la e que também mataria pessoas da família”, disse Genilson. Segundo o capitão Fábio Sandrine, comandante do batalhão da PM na cidade de Goianinha, onde o soldado é lotado, Gleyson tem sete anos de corporação. "Ele trabalhava na praia da Pipa, mas foi transferido para a cidade de Passagem. Só que ele não se apresentou. Hoje de manhã recebemos esta triste notícia que ele havia matado a namorada. Lamentável", comentou o oficial no dia seguinte ao crime.

Familiares e amigos acompanharam o enterro (Foto: Anderson Barbosa/G1)Familiares e amigos acompanharam o enterro (Foto: Anderson Barbosa/G1)

O policial, preso em flagrante, encontra-se detido no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), na zona Norte deNatal.

Já a advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, foi inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil em 2011, segundo a própria OAB no RN. O corpo dela foi enterrado no dia 15, no cemitério público da comunidade de Santo Antônio da Cobra, distrito a 18 quilômetros deParelhas, região Seridó.

Entenda o caso
De acordo com a polícia, funcionários do Motel Cactus, onde a advogada Vanessa Ricarda foi espancada, acionaram a guarnição depois que escutaram uma discussão do casal. “Eles ouviram a mulher gritando e nós fomos chamados”, contou o tenente Everthon Vinício, do 8º Batalhão da PM, que atendeu a ocorrência.

Ainda segundo o oficial, o PM foi encontrado na área comum do prédio onde funciona o motel. O tenente contou também que Gleyson apresentava sinais de embriaguez e manchas de sangue pelo corpo. “Ele vestia somente um short, que estava todo sujo de sangue”, afirmou. Ao entrarem no quarto, os policiais encontraram a advogada desacordada e ensanguentada. “O rosto dela estava bastante desfigurado e os objetos do quarto revirados”, relatou o delegado Everaldo Fonseca.

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