Caso seja mantida a posição do governo de não realizar nenhuma
correção na tabela do Imposto de Renda em 2016 (que o contribuinte vai declarar
em 2017), o contribuinte pagará ainda mais IR. Simulações feitas pelo Instituto
Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) mostram que se a tabela de base
de cálculo fosse ajustada ao menos em 4,5%, como nos últimos anos, o valor da
"mordida do leão" no ano seria de 5% a 26% menor, dependendo da faixa salarial.
Já se a tabela fosse corrigida em 10,67%, de forma a compensar
toda a inflação do ano passado medida pelo IPCA, o valor de IR a ser pago em
2016 poderia ser entre 13% e 62% menor, segundo o levantamento. O cálculo do
IBPT refere-se ao valor de Imposto de Renda a ser descontado em 12 meses na
folha de pagamento, sem incluir férias e 13º salário, de contribuintes com dois
dependentes. As simulações comparam o peso do IR em 5 diferentes faixas
salariais, considerando 3 cenários: manutenção da atual tabela, correção de 4,5%
e de 10,67%. O trabalhador com renda mensal de R$ 5 mil, por exemplo, pagará R$
3.357.60 em imposto de renda no ano, segundo o IBPT. Com uma correção de 4,5% na
tabela, o valor teria um desconto de R$ 389,52. Já com um ajuste de 10,67% na
tabela, pagaria R$ 814 a menos - uma diferença de quase 1 salário mínimo.
Sem previsão de correção
O Ministério da Fazenda afirma que não há espaço no orçamento deste ano pra uma correção da tabela do IR. A Receita Federal informa que "não há reajuste previsto por ora" e que "a tabela permanece a mesma enquanto não houver alteração em lei". Segundo estudo do Sindifisco Nacional, a defasagem acumulada entre a inflação e a correção da tabela chegou a 72% nos últimos 20 anos. Somente no último ano houve uma defasagem média de 4,81%. Hoje só não paga Imposto de Renda na fonte quem ganha até R$ 1.903,98 mensais. Se a tabela tivesse sido corrigida nos últimos anos acompanhando sempre a inflação, o limite de isenção estaria em R$ 3.250, segundo o IBPT.
O Ministério da Fazenda afirma que não há espaço no orçamento deste ano pra uma correção da tabela do IR. A Receita Federal informa que "não há reajuste previsto por ora" e que "a tabela permanece a mesma enquanto não houver alteração em lei". Segundo estudo do Sindifisco Nacional, a defasagem acumulada entre a inflação e a correção da tabela chegou a 72% nos últimos 20 anos. Somente no último ano houve uma defasagem média de 4,81%. Hoje só não paga Imposto de Renda na fonte quem ganha até R$ 1.903,98 mensais. Se a tabela tivesse sido corrigida nos últimos anos acompanhando sempre a inflação, o limite de isenção estaria em R$ 3.250, segundo o IBPT.
Esse descompasso acaba afetando, sobretudo, os brasileiros de
menor renda, que com os reajustes nos salários, ainda que pequenos, acabam
saindo do universo de isentos ou mudando de faixa de contribuição e se
enquadrando em alíquotas mais elevadas.
Confira aqui as alíquotas em
vigor. "Ao não
ajustar a tabela, o governo atinge diretamente o bolso do contribuinte. O mais
justo seria uma correção da inflação efetiva do último ano, que foi de 10,67%.
Mas o governo está com o pires na mão e passando o chapeuzinho para pegar
dinheiro, e ao que tudo indica vai dar zero de reajuste", afirma o
presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aguarda para "breve" a
conclusão do julgamento de ação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), protocolada
pela entidade em março de 2014 pedindo a correção da tabela do IR pelo mesmo
percentual da inflação. A ação, segundo a OAB, está conclusa para julgamento com
seu relator, o ministro Luís Roberto Barroso. Pelos cálculos do IBPT, se a
tabela acompanhasse a inflação dos ultimos anos, o ideal seria que a primeira
faixa do IR fosse de 3.250,29 a R$ 4.871,18, com alíquota 15%; a segunda de R$
4.781,19 a R$ 6.494,94, com taxa de 22,5%; a terceira de R$ 6.494,95 a R$
8.115,61, com 27,5%; e a última com valores superiores a R$ 8.115,61.

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