
O Ministério Público Federal (MPF) em Mossoró emitiu
recomendações a nove prefeitos de sua área de atuação que irão passar o cargo a
outros gestores, em 1º de janeiro. O objetivo é garantir que não sejam cometidas
irregularidades durante o período de transição, seja para dificultar ou impedir
prestações de conta e fiscalizações futuras, bem como assegurar que o
funcionamento dos serviços municipais básicos terá continuidade. As
recomendações, assinadas pelos procuradores da República Aécio Tarouco e Emanuel
Ferreira, foram enviadas aos chefes dos executivos dos municípios de
Apodi, Areia Branca, Baraúna, Caraúbas, Governador Dix-Sept Rosado, Janduís,
Mossoró, Porto do Mangue e Serra do Mel. O MPF alerta da necessidade
dos atuais gestores prestarem contas dos recursos recebidos por meio de
convênios e contratos de repasse, a instituições como os ministérios, FNDE,
Funasa, Tribunal de Contas da União e outros órgãos de controle.
Para isso, terão de manter e entregar aos novos governantes
toda documentação sobre os processos de licitação, notas fiscais, cópias de
cheques e extratos bancários, além das informações sobre convênios e contratos
de repasse. Devendo também providenciar cópia de toda essa papelada, para se
resguardar em caso de futuros questionamentos. O Ministério Público Federal
recomenda a designação de servidores para compor equipe de transição, junto dos
novos prefeitos e vices, apresentando a estes e a toda sociedade as informações
sobre a gestão: seja quanto às dívidas e receitas; situação dos convênios, das
licitações, dos contratos e das obras; dados dos servidores; além de detalhes a
respeito dos prédios e bens públicos. É necessário manter atualizado os sistemas
informatizados do Tribunal de Contas do Estado, FNDE, Siope, entre outros, e
adotar medidas para assegurar a continuidade, em especial, dos serviços
essenciais prestados à população, como saúde, educação e limpeza pública.
Os prefeitos que estão saindo também não devem assumir
obrigação cuja despesa não possa ser paga no atual exercício financeiro, a menos
que se deixe disponibilidade financeira em caixa. O pagamento dos servidores
deve ser mantido em dia, incluindo o 13º salário, e os atuais prefeitos não
poderão, sob risco de desrespeitar a lei, vir a autorizar, ordenar ou executar
aumento de despesa com pessoal, incluindo a revisão de remuneração. Por outro
lado, também não podem praticar atos que representem “perseguição política”,
como demissões injustificadas em decorrência da ideologia partidária do
funcionário. A recomendação lista as diversas sanções e penas previstas aos
gestores que violarem essas regras e adverte: “Em caso de descumprimento
injustificado desta recomendação, não se poderá alegar desconhecimento do que
aqui foi abordado em processos administrativos ou judiciais futuros.”
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