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O atirador que matou pelo menos 39 pessoas e deixou 69 feridos
em um atentado terrorista contra uma boate em Istambul, na Turquia, segue
foragido e está sendo procurado em uma operação policial, segundo informações
divulgadas pelo ministro do Interior turco, Suleyman Soylu. As autoridades estão coletando evidências que possam levar à
sua identidade. Segundo o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, o atirador
deixou sua arma no local do crime. "Alguns detalhes começaram a emergir, mas as
autoridades estão trabalhando para atingir um resultado concreto." Ainda não há
clareza sobre quem tenha cometido o atentado, segundo Yildirim.
Segundo a agência Efe, o primeiro-ministro desmentiu que o
atirador estivesse vestido de Papai Noel no momento do ataque, conforme algumas
testemunhas relataram anteriormente. "A polícia e as autoridades de segurança
vão divulgar informações quando elas estiverem disponíveis durante a
investigação", acrescentou Yildirim.
De acordo com Soylu, há 16 estrangeiros entre os 21 mortos já
identificados: pessoas da Arábia Saudita, Marrocos, Líbano, Líbia e Israel. Uma
jovem israelense morta no ataque já teve a identidade revelada pela imprensa:
Leanne Nasser, de 19 anos. Ela estava no local com três amigos de sua cidade,
Tira, que fica na região central de Israel. Um deles ficou ferido. Ao menos três
feridos no ataque são de nacionalidade francesa. O ataque aconteceu no Reina, um dos clubes mais populares de
Istambul, que também tem uma área de bar e restaurante. Os tiros começaram por
volta da 1h30 da madrugada de domingo na Turquia (20h30 de sábado em Brasília),
quando havia cerca de 700 de pessoas no estabelecimento.
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Médicos e oficiais de segurança são vistos do lado de fora do Reina, após ataque na madrugada de ano novo, em Istambul (Foto: IHA via AP)
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou
neste domingo (1º) que o atentado teve por objetivo "semear o caos no país".
"Agem para destruir a moral do país e semear o caos com esses ataques de ódio
contra civis", declarou Erdogan em sua primeira reação ao massacre, segundo um
comunicado publicado pela presidência. Mais cedo gabinete do primeiro-ministro turco,
Binali Yildirim, tinha imposto uma proibição temporária à cobertura da imprensa
sobre o caso "por razões de segurança nacional e manutenção da ordem pública".
Por isso as autoridades não estão divulgando informações além dos comunicados
oficiais.
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Familiares acompanham funeral de Ayhan Arik, uma das vítimas de ataque na boate Reina (Foto: Reuters/Osman Orsal)
Testemunhas
Testemunhas
chegaram a dizer que dois homens fantasiados de Papai Noel entraram no local e
atiraram aleatoriamente, sem escolher vítimas específicas, segundo a CNN turca.
Porém imagens de câmeras de segurança mostram apenas um suspeito do lado de fora
da boate e ele vestia um casaco preto. Um policial que estava na porta foi o
primeiro a ser baleado e morrer.
Sinem Uyanik, que estava no local e cujo marido
foi ferido, disse à agência de notícias Associated Press (AP) que teve a
impressão de ter visto mais de um atirador. "Meu marido me disse para deitar no
chão, e então um homem veio. Estávamos perto das janelas. Deitamos no chão e meu
marido ficou por cima de mim. Eles atiraram. Duas ou três pessoas atiraram.
Então tinha uma espécie de névoa e eu desmaiei. Eles atiraram até nós sairmos de
lá. Pessoas estavam no chão. Forças Especiais chegaram e nos tiraram dali. Meu
marido foi baleado em três lugares", afirmou Uyanik. Horas depois dos tiros,
testemunhas diziam que o atirador ainda estaria escondido dentro do clube,
enquanto outros acreditavam que ele tenha fugido sem ser identificado. Dezenas
de ambulâncias e viaturas policiais foram ao local, que fica no bairro de
Ortakoy.
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Foto mostra casa noturna Reina na
manha deste domingo (1º), depois de ataque que deixou mortos e feridos (Foto:
Reuters/Umit Bektas)
Hipóteses de motivação
O
ataque ainda não foi reivindicado, mas a Turquia foi alvo de muitos atentados
atribuídos ao grupo extremista Estado Islâmico ou vinculados à rebelião
separatista do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que atingiram
principalmente Istambul e Ancara.
Depois de um ano de 2016 sangrento, as autoridades
turcas haviam anunciado a mobilização de 17 mil policiais na metrópole por
ocasião das celebrações do Ano Novo. Integrante da coalizão internacional que
combate o grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque, a Turquia iniciou em
agosto uma ofensiva no norte da Síria para repelir os extremistas e empurrá-los
ao sul, mas também contra as milícias curdas sírias. Rebeldes sírios apoiados pelo exército turco
cercam há várias semanas a cidade de Al Bab, um reduto da Estado Islâmico no
norte da Síria. Em resposta a estas operações militares, o grupo Estado Islâmico
ameaçou em várias ocasiões fazer atentados contra a Turquia, que se tornou um
dos principais alvos dos extremistas.
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Mulher ferida é retirada por paramédicos do clube Reina, em Istambul, após ataque durante comemoração do Ano Novo (Foto: Murat Ergin/Ihlas News Agency via Reuters)
O local
A boate Reina é uma famosa casa noturna de Istambul,
localizada em Ortaköy, um bairro do distrito de Besiktas, no lado europeu da
cidade, frequentada por jovens ricos, famosos e turistas
estrangeiros.
Além de pagar preços elevados, os clientes ainda devem superar
um duro filtro na entrada do local. As noites começam geralmente após a
meia-noite nesta casa noturna, que possui vários restaurantes e pistas de dança,
além de um bar central. Trata-se de um lugar seleto, situado a poucas centenas de metros
do espaço onde ocorriam as principais celebrações do Ano Novo, às margens do
Bósforo. A casa noturna inaugurada em 2002 também é acessível por barco
diretamente a partir do estreito.
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Atirador atacou
frequentadores de casa noturna em Istambul, na Turquia (Foto: Infográfico
G1)
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