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domingo, 30 de dezembro de 2018

IRMÃOS DEFICIENTES VISUAIS DA ZONA RURAL DE IGUATU/CE PERCORREM 60KM PARA CURSAREM LETRAS


Os irmãos Marcos e Edilândia Lavor, deficientes visuais, congênitos, cursam licenciatura em Letras/Foto: Honório Barbosa
Uma história de superação serve como inspiração para muitos moradores da zona rural de Iguatu. Na localidade de Malhada Limpa, no distrito de José de Alencar, distante 30 km do centro urbano, os irmãos Marcos e Edilândia Lavor, deficientes visuais, congênitos, cursam licenciatura em Letras e percorrem todos os dias o caminho para a faculdade em um ônibus escolar. Motivados, os irmãos querem ser professores de Português. Não medem esforços para vencer os obstáculos impostos pela vida e pela falta de acessibilidade. Uma delas é a escassez de material de estudo em braile. A faculdade não oferece essa possibilidade.

Os irmãos estudam na Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu (Fecli), unidade de ensino da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Edilândia Lavor, 23 anos, cursa o quinto semestre. Marcos Lavor, 20 anos, é aluno do segundo semestre. Todos os dias, eles percorrem um total de 60km até a instituição. Os irmãos decidiram continuar morando com a família no sítio Malhada Limpa, pois as condições financeiras e a atividade do pai, agricultor de base familiar, impedem a mudança para a cidade de Iguatu. “Aqui a gente tem o apoio e o aconchego da família”, diz Edilândia. E como eles fazem para estudar em casa? Graças ao avanço tecnológico e à chegada de sinal de internet na zona rural é possível ouvir textos por meio de um sistema de avançado de leitura implantado em computadores e smartphones. 

O material é digitalizado por colegas bolsistas. Na Fecli não há impressora nem textos e livros em braile, dificultando o acesso ao material didático, pedagógico e de conteúdo das disciplinas. Em casa, os dois estudam os conteúdos apresentados em sala de aula e fazem os trabalhos acadêmicos. Também participam de atividade em grupo, estudo coletivo à distância e se comunicam bem com os colegas. “Se não fosse a internet, seria impossível, não tínhamos como continuar estudando e morando aqui no sítio com a família”, pontua Marcos.

Fonte: Diário do Nordeste

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