
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte negou nesta quarta-feira
(12) um recurso feito pelo Governo do Estado para realizar o adiantamento dos
royalties de petróleo e gás de 2019. O objetivo do Executivo era usar os cerca
de R$ 162 milhões que o Estado espera receber no próximo ano como garantia em
um empréstimo e pagar o 13º salário de 2017, dos servidores estaduais.
Relator da matéria, o presidente do TJ, desembargador Expedido Ferreira,
votou contra a liberação. Ele foi seguido por outros 10 magistrados e teve um
voto contra, do desembargador Glauber Rêgo. Governo pedia uma decisão liminar
dos desembargadores estaduais para suspender outra decisão liminar de um juiz
da 1ª instância que proibiu a operação financeira. Essa operação foi autorizada por lei aprovada na Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Norte em junho deste ano, após articulação do
governo. Enquanto o Executivo queria usar o dinheiro para pagamento de salários
e amortização das dívidas, os parlamentares estabeleceram que o recursos só
seria usado na folha salarial. Apesar da publicação da Lei, o Tribunal de Contas do Estado (TCE)
proibiu o governo de realizar a operação em agosto. Em setembro, a pedido
do Ministério Público, o juiz da 5ª vara da Fazenda Pública da Natal
concedeu uma decisão liminar também proibindo o governo de fazer a
operação.
Conforme o pedido do MP, a Constituição não permite que o pagamento de
despesa de pessoal seja feito com recursos de empréstimo contratado com
instituição financeira. “A LRF também veda a realização de operações de crédito
entre instituições financeiras estatais e outro ente da Federação para
financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes”. A negociação proposta pelo governo aconteceria da seguinte maneira: o
banco emprestaria os R$ 162 milhões ao Poder Executivo e, em troca, seria pago
com os royalties que devem ser repassados pelas empresas que exploram petróleo
e gás no estado, até dezembro de 2019 - primeiro ano da próxima gestão
estadual. No dia 30 de novembro, a secretária do Gabinete Civil do RN, Tatiana
Mendes Cunha afirmou que o governo dependia da decisão favorável do Tribunal de
Justiça para conseguir concluir o pagamento do 13º salário de 2017. Cerca
de R$ 140 milhões ainda são devidos, aos servidores que ganham acima de R$ 5
mil. Eles representam 15% do funcionalismo estadual.
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