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O avião com o italiano Cesare Battisti chegou ao aeroporto de
Ciampino, em Roma, nesta segunda-feira (14) às 8h40 pelo horário de Brasília.
Ele desceu do avião escoltado por policiais e sem algemas. Battisti foi
entregue pela polícia boliviana às autoridades da Itália na cidade de
Santa Cruz de La Sierra, onde foi preso no último sábado (12)./i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/Y/J/vLsaUVTFyaMqeFoc9owQ/battisti.jpg)
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Avião com Cesare Battisti chega a Roma
"Agora eu sei que vou ir para a cadeia", afirmou Battisti aos
funcionários do serviço antiterrorismo que o acolheram ao chegar ao aeroporto,
segundo o jornal “Corriere della Sera”. Um forte esquema de segurança foi montado no aeroporto de Roma para
receber Battisti. Ele será levado para um presídio na periferia de Roma.
No trajeto, patrulhas fecharam os acessos para que o comboio chegue rapidamente
ao local, ainda de acordo com o jornal italiano.
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O ministro do Interior da
Itália, Matteo Salvini, foi ao aeroporto para receber Battisti, a quem ele
chama de “assassino comunista”. O italiano de 64 anos, que integrou o grupo Proletários Armados pelo
Comunismo, foi condenado à prisão perpétua em 1993 por quatro assassinatos
cometidos nos anos 1970 contra um guarda carcerário, um agente de polícia, um
militante neofascista e um joalheiro de Milão (o filho do joalheiro ficou
paraplégico, depois de também ser atingido). Ele afirma que nunca matou ninguém e se diz vítima de perseguição
política.
Foram 37 anos de fuga permanente, com períodos de prisão e lutas
político-judiciais para evitar a Justiça da Itália. Battisti escapou do seu
país na década de 1980, viveu na França, no Brasil e, mais recentemente, havia
se escondido na Bolívia. O italiano chegou a conseguir refúgio no Brasil em 2009. Mas o status,
concedido a ele pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi revisto em
dezembro do ano passado, por Michel Temer, que autorizou sua extradição. A
Polícia Federal fez mais de 30 operações para localizá-lo, mas não teve
sucesso.
Plano inicial
Como a entrada de Battisti na Bolívia foi ilegal, a expulsão dele foi
requerida pela Itália e acatada pelo governo boliviano. O plano inicial incluía a volta de Battisti ao Brasil em um
avião da Polícia Federal, para depois ser extraditado para a Itália. O governo
brasileiro chegou a enviar um avião para Santa Cruz de La Sierra para trazer
Battisti, mas a negociação entre os governos da Itália e da Bolívia permitiu a
expulsão rápida de Battisti. Governo brasileiro chegou a enviar avião para trazer Cesare Battisti Havia um temor da Itália de que uma parada no Brasil pudesse levar a
possibilidade de um habeas corpus preventivo, segundo o comentarista da Globo
Gerson Camarotti, que conversou com autoridades italianas.
Possíveis benefícios
Battisti ficará seis meses em regime de isolamento diurno em uma ala
destinada a terroristas, de acordo com o jornal "La Repubblica". Como os crimes foram cometidos antes de 1991, quando houve uma mudança na
legislação italiana, ele terá alguns benefícios, como sair da cadeia por curtos
períodos se apresentar bom comportamento depois de ter cumprido 10 anos de
pena, de acordo com a correspondente da TV Globo na Itália, Ilze Scamparini.
Após ter cumprido 26 anos no cárcere, ele poderá obter liberdade condicional. Como ele foi julgado à revelia (sem a presença do réu), a defesa também
pode tentar um novo julgamento.
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Entenda o caso
Tanto os governos de esquerda quanto os de direita queriam que Battisti
voltasse à Itália para cumprir a sua pena, e o assunto está ocupando grande
parte dos jornais italianos.
Battisti chegou ao Brasil em 2004. Ele foi preso no Rio de Janeiro em
março de 2007 por uma ação conjunta entre a Polícia Federal brasileira e
agentes italianos e franceses. Dois anos depois, o então ministro da Justiça,
Tarso Genro, concedeu refúgio. Em 2007, a Itália pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o STF
julgou o pedido procedente, mas deixou a palavra final ao presidente da
República. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição.
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Em setembro de 2017, o governo italiano pediu ao presidente Michel
Temer que o Brasil revisasse a decisão sobre Battisti. No fim do ano passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu
ao STF que desse prioridade ao julgamento que poderia resultar na
extradição. Um mês depois do pedido da PGR, o ministro Luiz Fux mandou prender o
italiano e abriu caminho para a extradição, no início de dezembro. Na decisão, o ministro autorizou a prisão, mas disse que caberia ao
presidente extraditar ou não o italiano porque as decisões políticas não
competem ao Judiciário. No dia seguinte, o então presidente Michel Temer autorizou
a extradição de Battisti. Desde então, a PF deflagrou uma série de operações para prender o
italiano. No final de dezembro, a PF já havia feito mais de 30 ações. Battisti nega envolvimento com os homicídios e se diz vítima de
perseguição política. Em entrevista em 2014 ao programa Diálogos, de Mario
Sergio Conti, na GloboNews, ele afirmou que nunca matou ninguém.
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