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O cantor Moraes Moreira morreu
na madrugada desta segunda-feira (13) aos 72 anos na casa em que morava, no
bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. A causa da morte ainda não foi divulgada.
O músico começou a trajetória
no grupo Novos Baianos, onde tocou entre 1969 e 1975, ao lado de Pepeu Gomes,
Baby do Brasil, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão. Em seguida, engatou uma
bem-sucedida carreira solo. No dia 17 de março, ele
escreveu seu último post no Instagram, com um cordel sobre a quarentena.
*Leia abaixo:
“Oi pessoal estou aqui na Gávea entre minha
casa e escritório que ficam próximos,cumprindo minha quarentena,tocando e
escrevendo sem parar. Este Cordel nasceu na madrugada do dia 17, envio para
apreciação de vocês .Boa sorte
Quarentena (Moraes Moreira)
Eu temo o coronavirus
E zelo por minha vida
Mas tenho medo de tiros
Também de bala perdida,
A nossa fé é vacina
O professor que me ensina
Será minha própria lida
Assombra-me a pandemia
Que agora domina o mundo
Mas tenho uma garantia
Não sou nenhum vagabundo,
Porque todo cidadão
Merece mas atenção
O sentimento é profundo
Eu não queria essa praga
Que não é mais do Egito
Não quero que ela traga
O mal que sempre eu evito,
Os males não são eternos
Pois os recursos modernos
Estão aí, acredito
De quem será esse lucro
Ou mesmo a teoria?
Detesto falar de estrupo
Eu gosto é de poesia,
Mas creio na consciência
E digo não a todo dia
Eu tenho medo do excesso
Que seja em qualquer sentido
Mas também do retrocesso
Que por aí escondido,
As vezes é o que notamos
Passar o que já passamos
Jamais será esquecido
Até aceito a polícia
Mas quando muda de letra
E se transforma em milícia
Odeio essa mutreta,
Pra combater o que alarma
Só tenho mesmo uma arma
Que é a minha caneta
Com tanta coisa inda cismo....
Estão na ordem do dia
Eu digo não ao machismo
Também a misoginia,
Tem outros que eu não aceito
É o tal do preconceito
E as sombras da hipocrisia
As coisas já forem postas
Mas prevalecem os relés
Queremos sim ter respostas
Sobre as nossas Marielles,
Em meio a um mundo efêmero
Não é só questão de gênero
Nem de homens ou mulheres
O que vale é o ser humano
E sua dignidade
Vivemos num mundo insano
Queremos mais liberdade,
Pra que tudo isso mude
Certeza, ninguém se ilude
Não tem tempo, nem idade”
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