O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu
nesta quarta-feira (17) a taxa básica de juros da economia brasileira de 3%
para 2,25% ao ano. Esta foi a oitava
redução consecutiva. A decisão foi unânime. O corte renovou o menor patamar histórico para a taxa Selic desde 1999,
quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação. A decisão do Copom foi tomada em um momento de forte redução do nível de
atividade da economia mundial em razão da pandemia do coronavírus, o que tem
impactado os índices de inflação. Em comunicado, o comitê afirmou que o momento exige estímulo monetário
extraordinariamente elevado, mas reconheceu também que "o espaço
remanescente para utilização da política monetária é incerto e deve ser
pequeno”.
A evolução da Taxa Selic
Desde 2017, em % ao ano
jan/17
● : 13
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Fonte: Banco Central
O Copom também informou que que os cortes na Selic já implementados
parecem compatíveis com os impactos da pandemia da Covid-19, e que “um eventual
ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual”. Na última reunião, os membros do comitê já haviam afirmado que
consideravam um último corte para esta reunião. O governo brasileiro já admite um tombo de 4,7% para o Produto
Interno Bruto (PIB) neste ano, enquanto os economistas do mercado
financeiro estimam um recuo de 6,5% em 2020. No comunicado, o Copom destaca que a divulgação do PIB do primeiro
trimestre confirmou a maior queda desde 2015, refletindo os efeitos iniciais da
pandemia. E, que indicadores sugerem que a contração no segundo trimestre será
ainda maior.
Com a forte queda da atividade econômica, os preços têm caído. Em maio,
o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,38%. Foi o segundo mês consecutivo
de queda nos preços e o menor índice desde agosto de 1998. O mercado financeiro prevê que o IPCA ficará em 1,60% neste ano,
isto é, abaixo do piso de 2,5% previsto pelo sistema de metas. Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta
seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de
escrever uma carta pública explicando as razões. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para
alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia
(Selic).
Banco Mundial projeta queda de 8% no PIB do Brasil em 2020
Aplicações renderão menos
A redução da Selic também afeta aplicações financeiras como a caderneta
de poupança e os investimentos em renda fixa.
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