Com o aumento da inflação, o Banco Central fez mais um ajuste nos juros básicos para tentar segurar a alta dos preços. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou nesta quarta-feira, 8, a taxa básica de juros, a Selic, de 7,75% para 9,25% ao ano. A decisão era esperada por analistas do mercado financeiro. Esse foi o sétimo reajuste consecutivo na taxa Selic, depois de passar seis anos sem elevação. De março a junho, o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Na última reunião, em outubro, o reajuste chegou a 1,25 ponto percentual.
A Selic é o principal
instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial,
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em
outubro, o índice ficou em 1,25%, o maior para o mês desde 2002 (1,31%).
Em 12 meses, o IPCA chegou a 10,67%. Para o mercado financeiro, o
IPCA deve chegar a 10,18%, neste ano. Tanto o resultado em 12 meses quanto a
previsão para o ano estão acima do teto da meta de inflação para o ano. Para
2021, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta de inflação em 3,75%,
com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, o limite superior é
5,25% e o inferior, 2,25%.
Crédito mais caro
A elevação da taxa Selic ajuda
a controlar a inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e
desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas
dificultam a recuperação da economia. Ao reduzir os juros básicos, o
Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o
controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar
segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
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