Após abrir os negócios em alta, o dólar passou a
operar em queda nesta terça-feira (5), ainda assim acima de R$ 4, como ocorreu
na véspera, quando a moeda operou no mesmo patamar durante todo o dia e fechou
em alta de mais de 2%. De acordo com a agência Reuters, há um movimento de
ajuste após o mercado ter buscado ativos considerados mais seguros como o dólar
na segunda-feira, com preocupações em relação à economia da China e consequências para a atividade global. Devido às tensões econômicas e
políticas, no Brasil, a variação da moeda é mais acentuada. Às 10h29, a moeda norte-americana recuava 0,48%, a
R$ 4,0143 para venda.
Acompanhe a cotação ao longo do
dia:
Às 9h10, subia 0,49%, a R$ 4,0539.
Às 9h39, caía 0,1%, a R$ 4,0298.
Às 10h10, caía 0,25%, a R$
4,0238.
As ações asiáticas fecharam em
queda em pregão agitado nesta terça-feira, lideradas pelas
ações chinesas, após o tombo de 7% dos papéis chineses na véspera. Mas a queda
de hoje foi menor - 0,26% no índice de Xangai e 0,44% no índice MSCI.
O mercado se acalmou após medidas emergenciais adotadas pelo
governo chinês. O Banco Popular da China, por exemplo, injetou quase US$ 20
bilhões nos mercados, a maior atuação desde setembro de 2015. "A gente tem fluxo de muito exportador que aproveita essa taxa para
vender", disse à Reuters o operador de câmbio da Correparti Corretora Jefferson
Luiz Rugik. No entanto, apesar do recuo, a cautela ainda permanecia no mercado
em meio aos temores sobre a economia chinesa. "As atuações trouxeram algum
alívio, mas não totalmente. O mercado ainda vai aguardar com cautela a
divulgação esta noite do PMI de serviços da China", disse Rugik, referindo-se ao
Índice de Gerentes de Compras, que tem divulgação marcada para as 23h45 (horário
de Brasília) desta terça-feira.
Véspera
Na véspera, a moeda
norte-americana subiu 2,18%, a R$ 4,0339 para venda. Foi o maior valor desde
setembro de 2015, quando, no dia 29, a moeda fechou cotada a R$ 4,0591. Também
foi o maior ganho diário desde outubro, quando, no dia 13, o dólar subiu
3,58%.
A forte alta do dólar comercial na véspera
refletiu na cotação nas casas de câmbio, que vendem o dólar turismo, valor que é
sempre maior que o divulgado no câmbio comercial. Na tarde de
segunda-feira, o dólar turismo se aproximou de R$
4,50.
Cenário interno
No Brasil, o
pessimismo com o cenário político ajuda a acentuar as altas, com o recesso no
Congresso Nacional adiando a decisão de
medidas importantes para a busca do equilíbrio fiscal do país. Entre as medidas a serem analisadas está a
retomada da CPMF, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016.
Ela é necessária, nos cálculos do governo, para fechar o ano
com a meta de superávit primário (a economia feita para o pagar os juros da
dívida) para o setor público consolidado equivalente a 0,5% do PIB.
Interferência do BC no
câmbio
O Banco Central realiza nesta manhã leilão de rolagem dos
swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, que equivalem a US$ 10,431
bilhões, com oferta de até 11,6 mil contratos. Na véspera, o BC rolou o
equivalente a US$ 563,4 milhões, ou cerca de 5% do lote total, que corresponde a
US$ 10,431 bilhões.