O presidente
Jair Bolsonaro disse hoje (4) que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve
anunciar a possibilidade de diminuir o teto da alíquota do Imposto de Renda da
Pessoa Física, de 27,5% para 25%. "Porque o nosso governo tem de ter a
marca de não aumentar impostos", afirmou. Perguntado,
Bolsonaro disse que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
já foi assinado, mas "para quem tem operação fora".
Segundo ele, a
medida foi necessária "para poder cumprir uma exigência de um projeto
aprovado [pelo Congresso] nesse sentido, como pauta bomba, contra a nossa
vontade". O presidente
afirmou que "o percentual [de aumento] é mínimo, uma fração". Bolsonaro
falou com a imprensa após participar de cerimônia de transmissão do comando
da Aeronáutica para o tenente brigadeiro do ar Antonio Carlos Moretti Bermudez,
na Base Aérea de Brasília.
Reforma da
Previdência
Bolsonaro
também disse que o governo deve apresentar a proposta para a reforma da
Previdência ainda este mês. “Vamos aproveitar o que está na Câmara. A última
proposta minha é aproveitar. Ela [a reforma] está num espaço temporal que
termina em 2030. Tudo aquilo que é para entrar em vigor até o final de 2022,
essa é a última ideia que eu quero ver se a gente consegue colocar em prática e
compor com o Parlamento já que a proposta está lá. Seria como está na proposta
agora, 62 anos para os homens no final de 2022. E para mulheres, de 55 para 57
[anos].”
Em entrevista ao SBT na quinta-feira, (3), Bolsonaro disse que a
proposta de reforma da Previdência em discussão no governo prevê a idade mínima
de 62 anos para os homens e 57 anos para as mulheres com aumento gradativo.
Segundo Bolsonaro, seria mais um ano a partir da promulgação e outro em 2022,
mas com diferenças de idade mínima de acordo com a categoria profissional e a
expectativa de vida.
Acordo
Boeing-Embraer. Perguntado se
apoiará o acordo entre a Embraer e a Boeing - que prevê a criação de uma
nova companhia, uma joint venture, na qual a Boeing teria 80% e a
Embraer, 20% -, o presidente disse ser favorável à aliança, mas ter
preocupações com o futuro da empresa. “Seria muito
bom essa fusão, mas nós não podemos, como está na última proposta, que daqui a
cinco anos tudo seja repassado para o outro lado. Nossa preocupação é essa, é
um patrimônio nosso.”
Solenidade
Durante a
cerimônia, o oficial-general Antonio Carlos Moretti Bermudez assumiu o
lugar do tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato, que comandou a
Aeronáutica nos últimos quatro anos. Em seu
discurso, Bermudez disse que um dos seus objetivos é garantir recursos para a
incorporação de novas tecnologias, a qualidade dos cursos oferecidos pela Força
Aérea Brasileira (FAB) e a capacitação do efetivo. "O
documento que define a conduta do governo federal nesta sua fase inicial deixa
claro que dificuldades irão surgir, seja pelo receio às mudanças, seja pela
escassez de recursos, ou mesmo provenientes da reação corporativa ou do
inconformismo com um governo verdadeiramente diferente. Entretanto, o próprio
documento evidencia que nada disso será suficiente para impedir o avanço do
nosso país”, disse Bermudez.
Já
o tenente-brigadeiro Rossato que deixou hoje o cargo afirmou que deu
início, durante sua gestão, à reestruturação da Aeronáutica, com
aperfeiçoamento da estrutura organizacional e a capacitação dos recursos
humanos. Ele afirmou ainda que o poder aéreo é a linha de frente de defesa da
nação. “As ameaças
existem, estão mimetizadas à nossa volta e até entre nós, prontas a mostrar sua
força aproveitando as nossas vulnerabilidades. Por isso, devemos estar sempre
prontos, integrados com a Marinha e o Exército porque, se falharmos na defesa
de nosso território, terá sido em vão todo nosso esforço em nosso passado.
O poder aéreo é a linha de frente da defesa da nação. A paz com os nossos
vizinhos não permite à nação o direito de menosprezar suas Forças Armadas”,
afirmou Rossato. “Nossas
imensas áreas com baixíssima densidade populacional, nossas florestas,
minerais, nossas águas, nossa gigantesca área agriculturável, nos obrigam
a ter uma capacidade dissuasória que desestimule aventuras ou subterfúgios
para perdermos nossa soberania”, completou. O
vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e os ministros da Defesa,
general Fernando Azevedo, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI),
general Augusto Heleno, participaram do evento. Também estiveram presentes à
cerimônia os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, da
Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações, Marcos Pontes, além da procuradora-geral da República, Raquel
Dodge.
Comandante da
Aeronáutica
Gaúcho de
Santo Ângelo (RS), o tenente-brigadeiro Bermudez, de 62 anos, está na Força
Aérea Brasileira (FAB) desde 1975. Em 43 anos de carreira, passou por várias
áreas da FAB, desde a operacional até a estratégica: foi chefe do Estado-Maior
do Comando-Geral de Operações Aéreas, chefe da Logística do Estado-Maior
Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa. Ao ser designado para o
cargo de comandante da Aeronáutica, estava à frente do Comando-Geral do
Pessoal. Foi promovido ao posto de tenente-brigadeiro em novembro de 2014.