O Governo Federal lançou,
nesta sexta-feira, 12 de maio, o Programa Escola em Tempo Integral,
com o objetivo de ampliar em 1 milhão de matrículas a oferta de tempo integral
nas escolas de educação básica de todo o Brasil. A meta é
alcançar, até o ano de 2026, cerca de 3,2 milhões de
matrículas. O anúncio ocorreu em Fortaleza (CE), no
Centro de Eventos, com a presença do Presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva, e do Ministro de Estado da Educação, Camilo
Santana. Antes, Lula e Camilo visitaram a Escola de Ensino Médio em Tempo
Integral Johnson, na capital cearense, um exemplo do modelo
proposto pelo novo programa.
O ministro da Educação,
Camilo Santana, destacou a importância do Programa,
que beneficiará crianças e jovens desde a creche até o
ensino médio. “Nós vamos lançar uma meta inicial de um milhão de
novas matrículas. O Governo Federal, através do
MEC, vai disponibilizar 4 bilhões de reais para induzir essa política
de tempo integral em todo o Brasil”, ressaltou. Segundo ele, no Brasil somente
15% das escolas tem ensino em tempo integral.
“O prefeito, o governador, o secretário, a
secretária vão poder fazer o seu plano. Se ele quer na
creche, no ensino fundamental, no ensino médio. O MEC vai
apoiar tecnicamente e financeiramente essa política”, observou.
Financiamento – Camilo
Santana anunciou, em primeira mão, que será aberta uma linha de
crédito para estados e municípios, primeiro por meio do banco da
Corporação Andina de Fomento (CAF), que disponibilizará R$ 2,5 bilhões
para que estados e municípios construam novas
escolas no país.
Segundo o ministro,
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) também abrirá financiamento para que
governadores e prefeitos construam escolas novas de tempo
integral. “A escola em tempo integral vai estar toda
conectada com o que há de mais moderno, tecnologicamente, equipamento para
o aluno e para o professor. A escola vai
ter o apoio da comunidade, porque a escola de tempo
integral não é só para aumentar o tempo.
É para acolher as pessoas. Acolher bem o aluno. É
para dar oportunidade e valorizar o professor”, comentou. Ao final de seu discurso,
Camilo Santana destacou que a educação é o sonho de todo pai e toda mãe. “É um
sonho ter um filho estudando numa boa escola, tendo uma boa profissão
e tendo uma vida digna. Viva a educação do
Brasil!", comemorou.
Medida Provisória – durante
a cerimônia, o presidente Lula assinou a Medida Provisória da
criação do Programa Escola em Tempo Integral e afirmou que o
governo está colocando tijolo por tijolo no lugar, “não existe na história
da humanidade de nenhum país que conseguiu se desenvolver sem antes
investir na educação. Investir na educação não é colocar uma criança na escola, porque
a criança precisa de uma merenda escolar. Investir na educação é
fazer escola no ensino fundamental, no ensino médio e no ensino
universitário de qualidade. Quanto mais qualidade tiver o ensino,
a universidade, a escola técnica e o ensino fundamental, mais
qualificado vai ser aquela pessoa que está estudando”, ressaltou.
Lula
afirmou ainda que o governo não quer cuidar apenas da
educação, mas também da segurança do jovem na escola.
“A tranquilidade da mãe é muito importante... da mãe
colocar o filho em uma escola em tempo integral, sair para
trabalhar e saber que a criança está bem cuidada. Já colocamos 3
milhões de reais para combater a violência nas escolas, estimulada
pela utilização da internet”, lembrou.
Governadores – na
abertura do evento, o governador do estado do Ceará, Elmano de
Freitas, enalteceu o novo programa do Governo Federal e
lembrou que 70% das escolas do ensino médio no Ceará já são em tempo
integral. Vários governadores estavam presentes durante
o anúncio. O governador informou que no Ceará, a escola integral
paga piso salarial aos professores da rede pública estadual e já estabeleceu um
aumento. “Chegamos a um entendimento com os professores e
implementamos os 14.95% na carreira”, disse.
A estudante Nicole
Jovino, da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral
Johnson, representando todos os estudantes do Brasil, também falou na
cerimônia. “Sou testemunha do que significa para
nós, jovens, a oferta do ensino em tempo integral, garantindo
educação de qualidade, mais conhecimento e oportunidades. Esse modelo oferece
não apenas mais tempo em sala de aula, mas também uma atenção maior dos
professores, que nos proporcionam uma escola mais atrativa
e aprendizado potencializado”, afirmou.
Segundo a estudante, na
escola em tempo integral há uma relação mais próxima e mais leve
com toda com toda a comunidade escolar, em um ambiente
acolhedor, saudável e seguro. “Por todos esses aspectos, o
ensino torna-se mais completo ajudando em nosso crescimento humano em nosso
futuro acadêmico e profissional” concluiu.
Programa – idealizado
pelo Ministério da Educação (MEC), o Programa Escolas em Tempo
Integral é um mecanismo de fomento que busca viabilizar uma política
de pactuação para alcance da meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE), que
estabelece a oferta de “educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das
escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos(as) alunos(as) da
educação básica”. O Relatório do 4º Ciclo de Monitoramento das Metas do PNE
2022 mostra que o percentual de matrículas em tempo integral na rede pública
brasileira caiu de 17,6%, em 2014, para 15,1%, em 2021.
A fim de ampliar a oferta
de matrículas em tempo integral, o Programa repassará R$ 4 bilhões
para que estados e municípios possam expandir essas matrículas em suas redes. A
ação é destinada a todos os entes federados, que poderão aderir e pactuar metas
junto ao MEC, por meio do Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle (Simec). Na primeira etapa, o MEC
pactuará com estados e municípios as metas de matrículas em tempo integral, ou
seja, aquelas cuja jornada escolar seja igual ou superior a 7 horas
diárias ou 35 horas semanais. As parcelas serão transferidas levando em conta
as matrículas pactuadas, o valor do fomento e os critérios de
equidade.
O compromisso do governo é
alcançar mais de 1 milhão de estudantes já na primeira pactuação. Nas etapas
seguintes, o Programa implementará estratégias de assistência técnica
junto às redes de ensino para a adoção do tempo integral, com o olhar para a
redução das desigualdades. Estão previstas ações para formação de
educadores, orientações curriculares, fomento a projetos inovadores, estímulo a
arranjos intersetoriais para prevenção e proteção social, melhoria de
infraestrutura, além da criação de indicadores de avaliação e sistema de
avaliação continuada.
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mais sobre o Programa Escola em Tempo Integral