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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

EX-MINISTRO ANTONIO PALOCCI É PRESO NA LAVA JATO

Palocci: consultoria enriqueceu durante o ano eleitoral
Palocci: consultoria enriqueceu durante o ano eleitoral (Dorivan Marinho/Fotoarena/VEJA)
A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira, a 35ª fase da Operação Lava Jato, o ex-ministro Antonio Palocci. Chefe da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma, Palocci é suspeito de atuar diretamente como intermediário dos interesses da Odebrecht, a maior empreiteira do país e cujo diretor-presidente, Marcelo Odebrecht, está atrás das grades desde junho do ano passado. Considerada uma das fases mais importantes da Lava Jato, a nova etapa das investigações sobre o petrolão apura também pagamentos por meio do Setor de Operações Estruturadas, considerado um departamento da propina da Odebrecht. Ao longo das investigações, em especial na 26ª fase da Lava Jato, foram apreendidas inúmeras planilhas e telas que indicavam um sistema informatizado de propina no qual os pagamentos e seus destinatários são ocultados por codinomes e senhas, sempre relacionado a altos valores, tanto em reais quanto em dólares e euros. 

Batizada de Operação Omertà, em referência ao pacto de silêncio dos mafiosos, a 35ª fase da Lava Jato nesta segunda-feira recolheu evidências de que Palocci atuou deliberadamente para garantir que o Grupo Odebrecht conseguisse contratos com o poder público. Em troca, dizem os investigadores, o ex-ministro e seu grupo eram agraciados com propina. A atuação de Palocci foi monitorada, por exemplo, na negociação de uma medida provisória que proporcionaria benefícios fiscais, no aumento da linha de crédito junto ao BNDES para a Odebrecht fechar negócios na África e em uma interferência na licitação para a compra de 21 navios sonda para exploração da camada pré-sal. 

Em agosto, VEJA revelou que, em suas negociações para a colaboração premiada, o ex-marqueteiro petista João Santana se dispôs a dizer aos investigadores do petrolão como os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega – Mantega foi alvo da 34ª fase da Lava Jato na última semana – haviam se encarregado de negociar o caixa paralelo na campanha de Dilma em 2014. Palocci é o personagem principal de um dos capítulos da delação de João Santana. Nele, além da “conta” que o ex-ministro detinha com empresas investigadas no petrolão, Palocci seria delatado ao lado do braço-direito Juscelino Dourado, que distribuía parte do dinheiro do caixa dois.

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