
O Ministério Público do Rio
Grande do Norte (MPRN) deflagrou nesta terça-feira (25) a operação Croupier,
que investiga o desvio de R$ 2.118.591,52 da Assembleia Legislativa potiguar. A
ação é desdobramento da operação Dama de Espadas, que também apurou fraudes na
ALRN. O ex-secretário Administrativo da Assembleia, Rodrigo Marinho Nogueira
Fernandes, e o corretor de imóveis Francisco Cardoso de Oliveira Neto, que
atualmente ocupa um cargo comissionado na Prefeitura de Nísia Floresta, tiveram
os bens sequestrados e as contas bancárias bloqueadas. A operação Croupier
investiga os crimes de peculato, lavagem de dinheiro, associação criminosa,
organização criminosa, falsificação de documento público e uso de documento
falso cometidos entre os anos de 2006 e 2015. Ao todo, foram cumpridos 11
mandados de busca e apreensão nas cidades de Parnamirim, Nísia Floresta,
Maxaranguape e João Pessoa/PB. A ação contou com a participação de 14
promotores de Justiça, 19 servidores do MPRN e ainda 30 policiais militares. A
ação também teve o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB).
Rodrigo Marinho Nogueira
Fernandes é réu no processo da operação Dama de Espadas, deflagrada em agosto
de 2015 pelo MPRN, sendo considerado integrante do núcleo principal da
organização criminosa investigada naquela época. A partir de documentos
encontrados na casa de Rodrigo Marinho quando foram cumpridos os mandados de
busca e apreensão da operação Dama de Espadas, o MPRN passou a investigar os
desvios praticados pelo “grupo de Pirangi do Norte”, distrito de Parnamirim,
uma vez que várias pessoas identificadas nos documentos residiam em uma mesma
localidade - algumas, na mesma casa. O ex-secretário Administrativo era tido
como o “financeiro” da ALRN e da organização criminosa, integrando o topo da
estrutura organizacional do Legislativo Potiguar. Era ele quem controlava e
emitia os cheques para pagamento de servidores da Casa Legislativa e
fornecedores.
Rodrigo Marinho, de acordo
com o que foi apurado pelo MPRN, possuía um grupo de pessoas por ele
arregimentadas para o esquema criminoso, inserido na folha de pagamento da
Assembleia Legislativa. Além disso, Rodrigo Marinho Nogueira Fernandes também
arrecadava do esquema criminoso operado pela ex-procuradora Geral da
Assembleia, Rita das Mercês, de quem era sócio no escritório R&R Advocacia,
quartel-general da organização criminosa denunciada pelo MPRN na operação Dama
de Espadas. No esquema de desvios,
Rodrigo Marinho contou com o auxílio de Francisco Cardoso de Oliveira Neto,
considerado o “braço direito” da organização criminosa.
Canastra Real – 2ª fase da
operação Dama de Espadas
A operação Croupier é a 3ª
fase da operação Dama de Espadas. Antes, em setembro de 2018, o MPRN já havia
deflagrado a operação Canastra Real, a 2ª fase da Dama. O objetivo foi apurar o
desvio de pelo menos R$ 2.440.335,47 em um esquema envolvendo servidores
fantasmas na Assembleia Legislativa.
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