Após 16 horas de debates,
a comissão especial da reforma da Previdência (PEC 6/19) na Câmara dos
Deputados concluiu, na madrugada desta sexta-feira (5), a votação do parecer do
deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). O texto-base da proposta foi
aprovado na tarde de ontem (4) por 36 votos a favor e 13 contra. Na sequência, os
deputados se debruçaram sobre os destaques com sugestões de mudança no
relatório. Foram derrubados, em bloco, 99 destaques individuais e analisados,
um a um, 17 destaques de bancadas – a maioria rejeitada.
Apenas dois destaques
foram aprovados. Um deles, do bloco PP, PTB e MDB, retirou dois temas do
relatório. O primeiro é a limitação para renegociação de dívidas junto ao
Estado em até 60 meses. Atualmente, os programas não têm limitação de prazo. O segundo ponto excluído
do parecer trata da cobrança de contribuições previdenciárias sobre a
exportação do agronegócio. Com essa renúncia fiscal, o governo projeta uma
redução da economia prevista com a reforma em R$ 83 bilhões nos próximos dez
anos. O outro destaque
aprovado, do DEM, retira policiais militares e bombeiros do texto da Proposta
de Emenda à Constituição (PEC. Os deputados aprovaram, por unanimidade, a
retirada da aplicação a PMs e bombeiros das regras de transferência para
inatividade e pensão por morte dos integrantes das Forças Armadas, até que uma
lei complementar local defina essas regras. O texto exclui ainda a
possibilidade de que lei estadual estabeleça alíquota e base de cálculo de
contribuição previdenciária para policiais e bombeiros militares.
Agentes de segurança e
professores
A comissão especial
rejeitou mudanças nas regras de aposentadoria para policiais que
servem à União. Pelo texto aprovado na comissão especial, policiais federais e
legislativos se aposentarão aos 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e
25 anos de exercício efetivo na carreira, independentemente de distinção de
sexo.
Por 30 votos a 18, a
comissão rejeitou mudança nas regras de aposentadoria de professores. O
destaque buscava manter as atuais regras de aposentadoria para professores, com
25 anos de contribuição para mulheres e 30 anos para homens, sem exigência de
idade mínima. Pelo texto do relator, as
professoras poderão se aposentar com 57 anos de idade e 25 de
contribuição; e os professores, com 60 de idade e 30 de contribuição. Os
profissionais do magistério terão de comprovar efetivo exercício na educação
infantil ou nos ensinos médio e fundamental.
Plenário
Em sua conta no Twitter,
o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comemorou a aprovação do parecer
da reforma da Previdência na comissão especial. Segundo a previsão de Maia, o
texto já começa a ser discutido pelo plenário na próxima terça-feira (9) e deve
ser votado antes recesso parlamentar, que se inicia no dia 18 deste mês. Para o texto começar a
ser debatido no plenário, o regimento da Câmara estabelece um prazo de duas
sessões após a conclusão da votação na comissão especial.
Por se tratar de
uma proposta de emenda à Constituição (PEC), o texto precisa ser aprovado por
três quintos dos deputados, o correspondente a 308 votos favoráveis, em dois
turnos de votação. Aprovado pelos deputados, a matéria segue para apreciação do Senado, onde
também deve ser apreciado em dois turnos e depende da aprovação de, pelo menos,
49 senadores.
*Com informações da Agência Câmara
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