O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a
inflação oficial do país, ficou em 0,01% em junho, a menor taxa para 2019,
segundo divulgou nesta quarta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Com o resultado, o índice acumula alta de 2,23% no ano e de 3,37% nos
últimos 12 meses, permanecendo bem abaixo da meta de 4,25% definida pelo
governo para o ano, o que deve aumentar as apostas do mercado de cortes na taxa
básica de juros, atualmente em 6,5% ao ano. Trata-se da menor inflação para meses de junho desde 2017 (-0,23%) e
também da menor variação mensal desde novembro, quando houve deflação de 0,21%,
favorecida pela queda de preços de alimentos e pela fraqueza da economia, que
dificulta reajustes.
Queda nos preços de alimentos e transportes seguram inflação
A inflação perto de zero em junho foi garantida principalmente pelo recuo
dos preços dos grupos "Alimentação e bebidas" e
"Transportes", que respondem, juntos, por cerca de 43% das despesas
das famílias e apresentaram deflação de 0,25% e 0,31%, respectivamente.
O IBGE calcula a inflação oficial com base na cesta de consumo das
famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões
metropolitanas, além dos municípios de Aracaju, Brasília, Campo Grande,
Goiânia, Rio Branco e São Luís.
Perspectivas e meta de inflação
A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de
tolerância varia de 2,75% a 5,75%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica
de juros da economia (Selic), que está estacionada há mais de um ano na mínima
histórica de 6,5%.
Os analistas das instituições financeiras continuam projetando uma
inflação abaixo do centro da meta do governo, com uma taxa de 3,80% em 2019,
indo a 3,91% em 2020, segundo a última pesquisa "Focus" do Banco
Central. Com a desaceleração da inflação e a economia estagnada têm crescido as
apostas de um corte na taxa básica de juros já na próxima reunião do Copom, que
acontece no final de julho. Os analistas do mercado financeiro passaram a estimar
uma Selic encerrando o ano em 5,50%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão do mercado para a alta no
ano foi reduzida pela 18ª semana seguida, e está agora em 0,85%.
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