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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

HOJE, 02 DE AGOSTO, 30 ANOS SEM LUIZ GONZAGA - O REI DO BAIÃO

Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em 13 de dezembro de 1912 e faleceu em Recife, no dia 2 de agosto de 1989, 30 anos atrás. Através de canções antológicas como 'Asa branca' e 'Paraíba' tornou-se uma lenda na música popular brasileira, ganhando alcunhas como 'Rei do Baião' e 'Inventor do Nordeste'. Foto: Infoglobo
Se o "caba" é negro, pobre e nordestino, condená-lo ao anonimato é mais regra do que exceção. A não ser que esse mesmo "caba, negro, pobre, nordestino e arteiro" saia mundo afora vestido de cangaceiro, carregando uma sanfona para poetizar o Nordeste e exaltar o Sertão. Um contrassenso para quem sonhava em “(...) dormir ao som do chocalho e acordar com a passarada”, porque, apesar de viajante, Luiz Gonzaga se envaidecia em viver sua terra e encantar sua gente.“Ele foi um político na música”, brada a cantora e compositora Cristina Amaral. “Falar de Luiz Gonzaga é falar de uma nação, de um povo, da sua cultura”, reforça o poeta e cantador pernambucano Maciel Melo. 
Comemorações pelos 70 anos de Luiz Gonzaga na cidade de Exu. Na foto, um repentista se apresenta ao lado de Luiz Gonzaga (de chapéu) e do Senador Marco Maciel Foto: Pedro Luiz / Agência O Globo
Há exatamente três décadas, o maior símbolo da música pernambucana e nordestina fez sua passagem. Na contramão do luto, esta sexta-feira de celebração. Porque à perda do Rei do Baião - e do xote, e do xaxado, e do arrasta-pé e dos tempos do 'dois pra lá, dois pra cá' - ficaram referências do filho de "Seu Januário" e de "Mãe Santana", nascido numa sexta-feira de dezembro de 1912 em Exu, Sertão do Araripe. "Ele carregava na indumentária toda a geografia de uma nação. Quando a gente olhava ele no palco, o que se via era um vaqueiro, um cangaceiro, um violeiro, um trabalhador", complementa Maciel. "Deixou todo um legado que a gente continua, com uma história que começou com ele", enaltece Cristina. 
Luiz Gonzaga e o cantor Fagner em registro de 1982. Foto: Chico Jorge / Divulgação
Com composições que permeavam a aridez do Sertão do Nordeste, o velho "Lua" contou a história da "Asa Branca" (1947) ao lado de Humberto Teixeira (1915-1979), seu parceiro também em "Assum Preto" e "Quem Nem Jiló", entre outras do cancioneiro da dupla. Já ao lado de Zé Dantas (1921-1962), a mesma Asa Branca voltou e celebrou os "rios correndo, as cachoeira zoando, a terra moiada e o mato verde", que riqueza! "Gonzaga conseguiu se perpetuar na memória do povo pela verdade que carregava em sua música, pela capacidade de traduzir o comportamento do homem nordestino", acrescenta Marcelo Melo, do Quinteto Violado, ao falar sobre a perenidade da obra de Seu Luiz, que, fisicamente, está registrada em letras de protestos e alegrias em pelo menos algumas centenas de discos gravados e outras tantas de canções ressoadas mundo afora. O fato é que, com Seu Luiz, o Fole Roncou, se dançou Forró de Cabo a Rabo, o mandacaru fulorô na seca, Samarica Parteira teve sua história contada e o alfabeto da música popular brasileira teve que aprender um outro ABC, o do nosso Sertão. 
Luiz Gonzaga desfila em carro aberto por Exu, seguido por vaqueiros vestidos com trajes típicos. Foto: Pedro Luiz / Agência O Globo
Para reviver Gonzaga no Recife,
Com a presença do Quinteto Violado, da cantora Bia Marinho e dos sanfoneiros Joquinha Gonzaga e Terezinha do Acordeon, o Cais do Sertão (Bairro do Recife) homenageia Gonzaga com shows levados pelo forró. E sob a regência do maestro Fernando Furtado, uma centena de crianças embala o clássico "Asa Branca", encerrando a programação. O agito começa às 18 h, com acesso gratuito.

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