A Petrobras vai aumentar os preços do diesel em 2% e os da gasolina em 4% a partir de quinta-feira (13) em suas refinarias. A elevação do diesel é o sexto movimento consecutivo de alta no valor do combustível mais consumido do Brasil, que tem avançado desde o final de maio, de acordo com dados compilados pela Reuters. Já o novo reajuste da gasolina ocorre após uma redução de 4% realizada no final de julho, que havia sido antecedida por nove altas seguidas.
Nova gasolina proporciona
maior desempenho, mas será mais cara
Com o movimento anunciado
nesta quarta-feira, o preço médio do diesel nas refinarias da Petrobras deverá
atingir R$ 1,7336 por litro, maior nível desde meados de março, quando o
consumo de combustíveis passou a ser fortemente impactado pelas medidas de
isolamento social relacionadas à pandemia de coronavírus. Já o preço médio da gasolina,
segundo os números da Reuters, deve chegar a R$ 1,7213 por litro. No acumulado do ano, o valor
do diesel ainda apura queda de 26%, enquanto o da gasolina tem baixa de cerca
de 10%.
Melhora no consumo
O reajuste acontece em momento
em que as distribuidoras de combustíveis visualizam uma melhora no consumo,
diante das flexibilizações das medidas de quarentena. A Raízen Combustíveis, braço
do grupo Cosan, estimou nesta semana que o setor deve recuperar o desempenho no
segundo semestre, ficando em linha com os níveis verificados antes da crise
causada pela pandemia.
Na terça-feira, ao divulgar seu balanço do segundo trimestre, a BR Distribuidora afirmou que "continua a observar uma gradual recuperação dos volumes vendidos, o que tem acompanhado a contínua retomada da circulação de pessoas". Ainda no front da demanda, pesquisas da associação NTC&Logística indicam que, ao final de julho, a demanda por transportes rodoviários de cargas no Brasil registrava desempenho superior ao visto em meados de março, também impulsionada pela flexibilização do isolamento. Os preços médios da gasolina e diesel também têm avançado nos postos brasileiros, com 11 semana seguidas de alta, segundo dados da reguladora ANP na última sexta-feira.
Paridade com o exterior
A Petrobras defende que os
preços dos combustíveis também acompanham a paridade de importação, que - entre
outros fatores - é influenciado pelas cotações do petróleo no mercado
internacional e do dólar.
O petróleo Brent tem sido negociado próximo à marca de US$ 45 por barril, distante das mínimas de cerca de US$ 16 vistas em abril. Já o dólar opera ao redor dos US$ 5,45, após máximas de cerca de R$ 6 neste ano. O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos, no entanto, não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de etanol anidro.
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