Depois de críticas e enfrentar resistência no Senado, o senador Márcio Bittar (MDB-AC) fez mudanças no seu parecer da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186/2019, a PEC Emergencial. Bittar retirou o trecho mais polêmico da proposta: o fim da vinculação obrigatória de parte do Orçamento a investimentos com saúde e educação. Na sessão da semana passada, senadores de vários partidos, inclusive o MDB de Bittar, criticaram o trecho. Apesar de acreditar em sua eficácia, o relator decidiu retirá-lo. “Seguimos na compreensão de que o melhor para o país seria a supressão desses pisos do texto constitucional. Percebemos, no entanto, que esse debate ainda não está devidamente amadurecido na sociedade brasileira”, decidiu Bittar em seu parecer.
Outro trecho retirado após
negociações com senadores de vários partidos, inclusive da oposição, diz
respeito à redução de salário e jornada de trabalho dos servidores públicos
como expediente de ajuste fiscal e equilíbrio das contas públicas. Segundo ele,
o dispositivo não fere a Constituição, mas decidiu por sua retirada devido “ao
caráter polêmico da medida”. As discussões da proposta
começaram na semana passada no plenário. Bittar, que trabalha no relatório da
PEC há mais de um ano, teve tempo para ajustar o texto e, com isso, tentar
garantir a aprovação com apoio da maioria dos colegas. A PEC Emergencial inicia sua
tramitação pelo Senado. Se aprovada em dois turnos, segue para análise da
Câmara.
Auxílio Emergencial
O texto cria mecanismos de
ajuste fiscal caso as operações de crédito da União excedam as despesas. A PEC
Emergencial também modifica limites para gastos com pessoal e proíbe que novas
leis autorizem o pagamento retroativo desse tipo de despesa. Em seu relatório,
Bittar acrescentou a previsão de pagamento de novas parcelas do auxílio
emergencial, criado para dar assistência às famílias mais afetadas pela crise
econômica durante a pandemia.
“Este amplo conjunto de reformas assegurará a solidez das contas públicas, trazendo confiança aos agentes econômicos e contribuindo decisivamente para o nosso desenvolvimento. E, dessa forma, permitirá maior potência para a realização de ações de estabilização do ciclo econômico. Dentre essas, a mais relevante no momento, é sem dúvida, o retorno do auxílio emergencial”, disse Bittar em seu relatório. A PEC será votada HOJE (3) no plenário do Senado. Os senadores têm até as 16 h para apresentar destaques à proposta.
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