A mudança na escala de plantões
dos médicos do Pronto Socorro do Hospital Giselda Trigueiro tem trazido
transtornos e sobrecarga aos médicos plantonistas que trabalham na unidade. Nos
últimos dias, houve uma mudança, ainda em caráter experimental, e ao invés de
quatro profissionais trabalhando por plantão, o Pronto Socorro conta apenas com
dois médicos plantonistas, o que é insuficiente para atender a demanda de cerca
de cem atendimentos por plantão. A partir de janeiro de 2013, a mudança será
definitiva.
A médica plantonista Janaína Palmeira, que estava de serviço na
manhã desta sexta-feira com a médica Thaísa Maia, conta que os médicos estão
insatisfeitos com essa mudança, pois a sobrecarga tem elevado o nível de
estresse dos profissionais. “Dois médicos por plantão é insuficiente e não há
condição de prestar um bom atendimento aos pacientes. O ideal seria, pelo menos
quatro, mas alguns profissionais se aposentaram e o Governo do Estado não repôs
esses médicos. Janaína Palmeira disse que na próxima quarta-feira (26), os
médicos do PS do Giselda Trigueiro se reunirão com o presidente do Sindicato
dos Médicos (Sinmed) para analisar a possibilidade jurídica de fechar a porta
do Pronto Socorro e tornar o Hospital Giselda Trigueiro em um hospital com
atendimento referenciado. Hoje, o Pronto Socorro atende os pacientes no esquema
de classificação de risco, em que todo o usuário é atendido.
Walfredo
Gurgel sofre com desabastecimento de medicamentos
Se não bastassem os corredores lotados de pacientes à espera de
atendimento, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel sofre com a irregularidade no
abastecimento de medicamentos. Na tarde desta quinta-feira (20), a médica que
estava de plantão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cardiológica se recusou
a admitir um novo paciente na unidade por falta de medicamentos. Na lista
apresentada pela médica nas redes sociais, faltam medicamentos como Atenolol,
Captopril, Cloreto de Sódio, Diclofenaco de Sódio, Dimeticona, Dopamina,
Enalapril, Paracetamol, dentre outros. O diretor administrativo e financeiro do
Hospital Walfredo Gurgel, Josenildo Lira, confirmou que houve uma interrupção
momentânea na admissão de novos pacientes, mas que a situação logo foi
resolvida. Josenildo conta que a lista contendo mais de 40 medicamentos que
estavam faltando já está sendo providenciadas. “Foi uma questão que já foi
resolvida. Hoje vamos receber dos fornecedores as cotações desses medicamentos
e o próximo passo será adquiri-los”, afirmou.
O presidente do Sindicato dos
Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed), Geraldo Ferreira, criticou a omissão
do Governo do Estado em garantir o abastecimento de medicamentos nos Hospitais.
“Essa constante falta de medicamentos termina inviabilizando a prestação do
serviço. O Governo do Estado não está fazendo sequer o dever de casa que é
abastecer as unidades de saúde com medicamentos elementares. Não adianta
internar e não dar condições para isso. É lastimável que o Governo do Estado
tenha deixado a saúde pública chegar a esse ponto”, afirmou o presidente do
Sindicato. Geraldo Ferreira disse que no mês de fevereiro, a Federação Nacional
dos Médicos (Fenam) irá denunciar o Governo do Estado na Corte Interamericana
de Justiça, na Costa Rica, pelos constantes e inúmeras violações de direitos
humanos. “É inconcebível a forma com que o Governo está tratando a saúde
pública e a população de Natal e não poderíamos ficar omissos diante dessa
omissão toda”, afirmou.