
O Ministério da Educação (MEC) posicionou-se contrário
à proposta apresentada hoje (19) pela deputada
Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) para o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb). “A gente não concorda. A gente considera uma proposta
que fere o equilíbrio fiscal. Ela não é solvente no longo prazo e a gente vai
buscar uma outra solução”, disse o ministro da Educação, Abraham Weintraub, em
coletiva de imprensa. O ministro disse também que o governo é favorável à
manutenção do Fundeb. Um dos pontos centrais da proposta apresentada pela
deputada é a ampliação da participação da União até chegar a 40% do valor do
fundo em 2031. Desde 2010, a União contribui com 10%, dinheiro que é destinado
aos estados que não alcançam um valor mínimo por aluno. Neste ano, essa
participação representou R$ 14,3 bilhões.
De acordo com Weintraub, o governo federal defende a ampliação da participação da União para 15%. O governo
propõe que a contribuição da União aumente em uma escala progressiva de 1 ponto
percentual por ano até o percentual de 15%, partindo do percentual mínimo de
10% no primeiro ano de vigência do novo fundo. Pela proposta do governo, o novo Fundeb passa a vigorar em
2021 e, em 2022, a União complementará o montante com o equivalente a 11% do
fundo. O valor máximo de 15% será atingido em 2026. De acordo com o ministro da Educação, o governo busca agora
alternativas, que vão desde o diálogo com o Congresso ao envio ao Parlamento de
uma proposta do Executivo. O MEC participou, no início desta tarde, de reunião
com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar da questão. “Estamos
abertos ao diálogo com o parlamento, respeitamos o parlamento”, disse
Weintraub.
Tramitação
A minuta apresentada nesta quinta-feira (19) pela deputada
federal sofrerá ajustes a partir de sugestões feitas pelos deputados. A
Professora Dorinha, que é relatora da proposta na comissão especial da Câmara
dos Deputados que analisa a PEC 15/15, vai consolidar um substitutivo, que será
votado na comissão.
Caso aprovada, a PEC segue para votação no plenário da Casa. A proposta precisa ser aprovada em dois turnos de votação. Após a tramitação na Câmara, a proposta precisa ainda ser analisada pelo Senado Federal. Propostas com conteúdos semelhantes tramitam também no Senado (PEC 33/2019 e PEC 65/2019). O objetivo da Professora Dorinha é chegar a textos próximos, por meio de conversa com senadores, para apressar a aprovação no Congresso Nacional.
Caso aprovada, a PEC segue para votação no plenário da Casa. A proposta precisa ser aprovada em dois turnos de votação. Após a tramitação na Câmara, a proposta precisa ainda ser analisada pelo Senado Federal. Propostas com conteúdos semelhantes tramitam também no Senado (PEC 33/2019 e PEC 65/2019). O objetivo da Professora Dorinha é chegar a textos próximos, por meio de conversa com senadores, para apressar a aprovação no Congresso Nacional.
Fundeb
O Fundeb é composto por recursos arrecadados por estados e
municípios, além de uma complementação feita pela União. O fundo é hoje o
principal mecanismo de financiamento da educação básica, que vai da creche ao
ensino médio. Segundo o Ministério da Educação (MEC), equivale a 63% de tudo o
que é investido nas escolas públicas do Brasil.
O dinheiro é usado para pagamento do salário dos
professores e para ações de manutenção e desenvolvimento do ensino, como a
construção de quadras de esportes, reforma de instalações físicas, aquisição de
carteiras, computadores, televisores e outros equipamentos, entre outras ações.
O fundo está, no entanto, com os dias contados. Caso não
seja renovado, deixa de existir no final de 2020. Para que isso não ocorra,
três propostas de emenda à Constituição (PECs) que tornam o Fundeb permanente
tramitam no Congresso Nacional.